Mundo

"Deixe-me ir. Apenas me diga que fui bem", a morte do astro de K-pop que abalou a Coreia do Sul

19/12/17 - 19h29
EPA/YONHAP

A morte do cantor Kim Jong-hyun, líder da banda de K-pop Shinee, causou tristeza entre seus seguidores e expressões de luto nas redes sociais de vários países.

As autoridades sul-coreanas estão investigando a causa da morte, ocorrida nesta segunda-feira.

Atendendo a um pedido da família, a polícia disse que não realizaria um exame detalhado no corpo. Mas as autoridades trabalham com a possibilidade de que tenha ocorrido um suicídio.

"A irmã (de Jong-hyun) que deu o primeiro aviso sobre a morte, recebeu uma mensagem de texto do cantor dizendo "Por favor, deixe-me ir. Apenas me diga que eu fui bem", "despedida final", sugerindo que poderia estar a ponto de tirar a própria vida", informou uma agência de notícias da Coreia do Sul, Yonhap.

A polícia encontrou o cantor, cujo nome artístico era Jonghyun, inconsciente, no apartamento dele em Seul.

"A irmã do cantor ligou para o 119 (serviço de emergência) às 16h42, hora local, dizendo acreditar que seu irmão estava se suicidando", escreveu a Yonhap.

O cantor de 27 anos foi encontrado pela polícia por volta das 18h10, e foi levado já inconsciente ao hospital.

Segundo a Yonhap, Jong-hyun deu entrada no hospital sofrendo uma parada cardíaca e recebeu um tratamento de ressurreição cardiopulmonar.

"Os investigadores acreditam que ele morreu ao inalar gases tóxicos, pois encontraram pedaços de carvão queimados em uma frigideira quando chegaram ao apartamento", diz a reportagem da Yonhap.

Uma carta

"A depressão que me devorava lentamente finalmente se consumou", diz um bilhete publicado por uma amiga próxima de Jong-hyun no Instagram, atribuindo a autoria ao cantor.

O bilhete foi publicado pela cantora Nine, da banda pop Dear Cloud.

Na terça-feira, Nine compartilhou o texto na rede social dizendo que Jong-hyun tinha lhe enviado o material, com instruções para tornar o bilhete público depois que ele tivesse "desaparecido do mundo".

A empresa Mymusic Entertainment, que agencia a banda Dear Cloud, confirmou a agências de notícias que o texto foi publicado com autorização da família de Jong-hyun.

O texto fala sobre a dificuldade de viver sob o escrutínio do público.

"[Eu] estava destruído por dentro", e "a vida na fama não foi feita para mim", dizem trechos.

"Que mais posso dizer... Apenas digam que eu fui bem (na vida). Que isto é suficiente. Que trabalhei duro. E também, que se não puderes sorrir, não me culpe no caminho", diz o bilhete.

Entretanto, ainda não há detalhes sobre quando a nota foi escrita e quando foi encaminhada a Nine.

No Twitter, os fãs interpretaram a mensagem como o último pedido do cantor, visto por muitos deles como um jovem sensível e que não abraçou o hedonismo que frequentemente vem junto com a fama.

Uma estrela

Jong-hyun não era só cantor e dançarino, mas também parte importante na composição das canções da Shinee, além de se envolver com a produção.

Em 2015, ele lançou uma carreira solo que estava sendo bem-sucedida.

A empresa que gerencia a Shinee, SM Entertainment, emitiu um comunicado no qual chama Jong-hyun de "o melhor artista" e se dizia "desconsolada" com a morte.

A banda também publicou uma homenagem bastante emotiva no Twitter:

"Jonghyun, que amou a música mais que tudo... será lembrado para sempre", diz.

Na terça, os fãs prestaram uma homenagem na sala funerária do hospital de Seul onde o artista morreu. Está marcado para esta quarta-feira um funeral privado.

A banda Shinee é considerada uma das mais famosas da Coreia do Sul, com seguidores em várias partes da Ásia e do mundo.

O grupo surgiu em 2008 com cinco integrantes, e rapidamente chegou ao estrelato no país asiático. Nos últimos anos, a banda gravou vários álbuns em japonês. E, no começo de 2017, fez sua primeira turnê pela América do Norte.