Saúde

Dodge cobra esclarecimento do assassinato de Marielle Franco

Procuradora-geral da República disse que vereadora morta em março "emprestou sua voz em favor de populações mais excluídas"

VEJA.com | 05/12/18 - 14h31
Homenagem à Marielle | Marcelo Camargo/Agência Brasil

A procuradora-geral da República Raquel Dodge cobrou nesta quarta-feira um esclarecimento sobre o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL-RJ), morta a tiros no dia 14 de março junto com seu motorista, Anderson Gomes, no Rio de Janeiro.

Em discurso na abertura de um seminário internacional sobre prevenção da violência doméstica contra a mulher, Dodge afirmou que Marielle “emprestou a sua voz em favor de populações mais excluídas e seu assassinato é uma expressão da violência contra a mulher, contra a mulher negra que quer ocupar espaço de poder no nosso país e, portanto, necessita ser o quanto antes esclarecido.

Marielle voltava de um evento em que foi discutido o aumento da violência contra contra mulheres negras na noite de 14 de março deste ano. Às 21h30, um carro se aproximou do veículo da vereadora na Rua Joaquim Palhares. Nesse momento foram feitos os disparos: quatro deles atingiram Marielle na cabeça, que estava no banco de trás; o motorista levou outros três tiros nas costas. A polícia localizou nove cápsulas de bala e suspeita que os criminosos seguiram o automóvel das vítimas, que tem vidros escuros, para saber a localização das pessoas. Os bandidos fugiram sem levar nada.

Ativa nas redes sociais, a vereadora costumava postar mensagens de apoio ao movimento negro e aos direitos da mulheres e críticas ao governo de Michel Temer, à intervenção federal no estado e à atuação da polícia. No sábado anterior ao seu assassinato, Marielle protestou contra uma operação da Polícia Militar na Favela de Acari. 

“Chega de matarem nossos jovens! Chega de esculacharem a população! #VidasNasFavelasImportam”, escreveu. Em outro tuíte, ela ligou a PM à morte do jovem Matheus Melo, baleado na terça na favela do Jacarezinho ao sair da igreja, em caso ainda sem solução.