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Empresária diz ter sido vítima de racismo em agência bancária no Rio: 'Me chamou de macaca'

Extra Online | 06/01/22 - 08h44
Reprodução

A empresária Fabiana Garcia Cunha da Silva, de 41 anos, acompanhada de outras duas mulheres, registrou queixa de crime racial contra Maria Cristina Rodrigues dos Santos, de 53, na 16ª DP (Barra da Tijuca), na tarde desta quarta-feira. Fabiana contou que estava na fila dos caixas eletrônicos de uma agência bancária localizada em um shopping na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, quando a outra mulher, também cliente do banco, começou a gritar e fazer ofensas de cunho racial, alegando que a culpa de não conseguir realizar a operação era o fato de pessoas negras estarem ali.

— Ela saiu da agência e estava visivelmente alterada, talvez insatisfeita por não ter conseguido resolver o que foi fazer. Foi para o caixa eletrônico, do lado de fora onde eu estava numa fila, e começou a falar que negros não prestam e quando não fazem na entrada fazem na saída e, entre outras agressões verbais, me chamou de macaca — contou a empresária.

Fabiana disse que chamou um segurança da agência, relatou o fato e pediu ajuda. Em seguida, ligou para a polícia que encaminhou uma viatura do 31º BPM (Recreio) ao local e levou as mulheres e mais duas testemunhas para a delegacia, onde o caso foi registrado.

A empresária contou ainda que ao chegar na delegacia, a acusada tentou dar outra versão para os fatos, alegando que Fabiana é que tinha jogado praga nela. No registro de ocorrência da DP consta que Maria Cristina disse que "tudo se tratava de bruxaria e que não teria cometido nenhum crime".

— Ela tentou dar uma de louca. Infelizmente, o racismo está enraizado. Algumas vezes a gente tenta deixar para lá, mas não dá para fingir que não está vendo e deixar passar. Não é só por mim, mas também pelo meu filho e por outras pessoas negras. Isso tem de acabar. Só quem passa por isso é que sabe. Foi muito triste o que aconteceu, mas a justiça vai ser feita. Pelo menos fizemos a nossa parte — disse a empresária.

A acusada foi detida em flagrante e autuada por injúria por preconceito. O delegado Leandro Gontijo representou pela liberdade provisória dela e agora a decisão caberá à Justiça.