Brasil

Empresária que ‘descobriu’ cobras em foto na cachoeira diz que foi alertada por seguidor

g1 | 15/09/24 - 17h21
Empresária que ‘descobriu’ cobras em foto na cachoeira diz que foi alertada por seguidor | Arquivo Pessoal/Gabriella Oliveira

A empresária Gabriella Oliveira, que disse ter “descoberto” cobras nas fotos de uma viagem para a Chapada dos Veadeiros, explicou que foi alertada sobre os animais por um seguidor depois de postar os registros.

“Fiquei em choque depois que vi na galeria de fotos a cobra atrás. Não percebi nada. Andamos por aquelas pedras tranquilos, nunca imaginei que teria cobra na água. Estou grávida, se eu tivesse visto essa cobra tão perto de mim entraria em pânico”, contou Gabriella.

O registro foi feito no feriado de 7 de setembro, na Cachoeira Loquinhas, em Alto Paraíso de Goiás, na região nordeste de Goiás. O vídeo também mostra uma cobra entre folhas, que foi fotografada durante a trilha até o local, ou seja, não estava na água.

Reflexo ou cobras? - Após o alerta do seguidor à empresária, o g1 consultou dois biólogos para analisar as imagens. Um deles afirmou que havia cobras na água, enquanto o outro acredita que eram apenas reflexos.

Cobra na cachoeira? - Após a repercussão do vídeo da empresária Gabriella Oliveira, surgiu uma dúvida na internet: por que cobras ficam em cachoeiras? O biólogo Edson Abrão explicou que as cobras gostam de águas cristalinas porque conseguem absorver a luz do sol.

“São animais pecilotérmicos, eles precisam de uma temperatura mais alta para manter o equilíbrio corpóreo e o metabolismo”, explicou Edson.

As cobras são animais cuja temperatura corporal varia conforme a temperatura do ambiente. Edson explicou que elas se diferem das aves e mamíferos, animais homotérmicos, que tem um metabolismo interno com aquecimento e mantém a temperatura corporal constante, independentemente da temperatura do ambiente.

Ao examinar o vídeo, Edson sugeriu que as cobras eram filhotes de sucuri, provavelmente trocando de pele. O biólogo explicou que, geralmente, as serpentes trocam de pele fora da água, mas a sucuri pode realizar esse processo dentro da água também. A troca de pele é essencial para o crescimento do animal, pois a pele antiga funciona como uma camada que limita o corpo, e por isso precisa ser substituída periodicamente.

Conscientização - Edson Abrão destacou a importância de preservar as serpentes e outros animais silvestres.

“Ali é o habitat dele, é a casa dele não é o nosso lugar. Temos que garantir a preservação do animal, não atacar, não matar o animal. A cobra é muito importante, extremamente importante para a natureza, inclusive para manter o equilíbrio ecológico”, reforçou.

Ele também alertou sobre os perigos de manusear serpentes.

“Podem acontecer acidentes com adultos e crianças. Nesse caso aí, a sucuri não tem peçonha, mas morde, pode dar infecção. Pode, às vezes, tentar apertar a vítima naquele processo de constrição. É importante não incomodar o animal”, finalizou.