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EUA estudam envio de navio de guerra ao Estreito de Taiwan

Washington e Pequim estão em atrito por questões comerciais; presença militar americana seria vista como apoio à autonomia taiwanesa

05/06/18 - 15h58
Reprodução/Internet


Os Estados Unidos estão cogitando enviar um navio de guerra ao Estreito de Taiwan, disseram autoridades americanas nesta terça-feira (05). A medida pode provocar uma reação forte da China em um momento no qual os laços entre Pequim e Washington estão tensionados por disputas comerciais e pela crise nuclear da Coreia do Norte.

A passagem de um navio de guerra americano, caso ocorra, pode ser vista em Taiwan como um novo sinal de apoio à autonomia taiwanesa por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A China reivindica Taiwan como parte de seu território e tem feito exercícios militares ao redor da ilha autogovernada.

    Autoridades dos Estados Unidos disseram à Reuters que o país já examinou planos para a passagem de um porta-aviões no estreito neste ano, mas que acabou não a realizando, talvez por causa do temor de contrariar a China.

    A última vez em que um porta-aviões dos Estados Unidos transitou pelo Estreito de Taiwan foi em 2007, durante o governo do presidente George W. Bush. Algumas autoridades militares americanas acreditam que tal manobra já deveria ter sido realizada.

    Opção menos provocadora seria retomar as travessias periódicas, mas ainda esporádicas, de outros navios da Marinha dos Estados Unidos pelo estreito. A última aconteceu em julho de 2017.

    O Pentágono não quis comentar qualquer possível operação futura, e não ficou claro o quão cedo tal passagem poderia ocorrer.

    Falando em Pequim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Hua Chunying exortou Washington a tratar da questão de Taiwan com prudência para evitar prejudicar a relação bilateral e a paz e a estabilidade na região do Estreito de Taiwan.

    “Enfatizamos repetidamente que a questão de Taiwan é a questão central mais importante e sensível da relação China-Estados Unidos”, disse ela em um boletim diário à imprensa nesta terça-feira.

    O Ministério da Defesa de Taiwan não quis comentar, dizendo que a notícia ainda tem que ser verificada.

    Trump, que rompeu o protocolo como presidente eleito aceitando um telefonema da líder taiwanesa em 2016, abrandou sua retórica a respeito de Taiwan nos últimos meses, já que corteja a ajuda chinesa no impasse nuclear com a Coreia do Norte.