A morte de Jusineia dos Santos, mais uma mulher vítima de feminicídio em Alagoas, chocou a população de Cajueiro na madrugada desta segunda-feira (10). Ela foi esfaqueada pelo companheiro e teve o corpo deixado coberto de sangue em um cômodo da casa. A filha, de apenas três anos de idade, teria presenciado toda a violência praticada contra a mãe. O autor do crime, identificado como José Erivaldo da Silva, padrasto da menina, segue foragido.
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Uma parente de Jusineia, que terá a identidade preservada para não sofrer retaliações, conversou com o TNH1 na manhã desta segunda-feira (10) e destacou que a vítima foi encontrada morte pelo irmão após o chamado de vizinhos.
"Os vizinhos ouviram ela chorando e gemendo. Eles chamaram o irmão dela, mas quando ele chegou ela já estava morta. A criança dela viu tudo e disse a ele 'tio, minha mãe está com sangue'. Ela estava assistindo no celular e presenciou tudo", disse a familiar ao destacar também que a menina, apesar de não ser filha biológica do assassino, o chamava de pai.
Ainda sobre o histórico da relação abusiva do casal, a parente informou que Jusineia era constantemente agredida e vista pelos vizinhos e familiares com olho roxo, hematomas no corpo e marcas de mordidas. "Ela estava trabalhando recentemente numa churrascaria até que foi demitida por sempre estar com marcas de agressão", disse.
José Erivaldo da Silva, suspeito de feminicídio em Cajueiro / Foto: Acervo Pessoal
Ainda de acordo com ela, na última semana, a Polícia Militar esteve na residência de Jusineia após denúncia de violência doméstica, mas a mulher resistiu em registrar o boletim de ocorrência contra o agressor e pediu para que ele não fosse preso, ao alegar que iriam se acertar.
A mulher deixou a casa para passar um tempo em uma fazenda, por medo do companheiro. Mas nesse fim de semana ela retornou para a residência. "Ontem ela voltou para casa e ele apareceu. Ela insistiu para ele ir embora, discutiram na porta de casa, e depois ela entrou. Vizinhos disseram que ele pulou o muro e cometeu o crime no começo da madrugada", afirmou ao acrescentar também que eles tiveram uma discussão em uma festa na cidade.
A Polícia Civil destacou que segue em busca do paradeiro do assassino e que os familiares de Jusineia vão começar a ser ouvidos nesta terça-feira (11).