Saúde

Fique atento às doenças do carnaval

Especialistas dão dicas para evitar adoecimento do folião durante e após a festa

Diário de Pernambuco | 12/02/19 - 19h23
A doença do beijo ou mononucleose é muito comum no período. | Alexandre Gondim/DP/Arquivo

Quem nunca adoeceu no período carnavalesco ou logo após? A aglomeração e o contato com pessoas doentes, a má alimentação, o pouco descanso, além do esforço físico exigido na hora de dançar e acompanhar blocos em locais íngremes e irregulares, são o pano de fundo para o adoecimento. Além da tradicional recomendação de uma boa hidratação, roupas leves e uma alimentação saudável, é preciso estar atento para usar sapatos confortáveis. Isso evita males nos membros inferiores e na coluna. O calçado ideal para quem vai pular em blocos de rua é um tênis confortável ou sapato sem salto.

"Isso porque o tornozelo e o joelho é que suportam as sobrecargas do corpo e são locais de frequentes lesões. Exagerar no carnaval com saltos inadequados no sobe e desce das ladeiras ou no passo do frevo, por exemplo, pode causar instabilidade e provocar lesões dos ligamentos ou dos meniscos", alertou o médico ortopedista Francisco Couto, coordenador de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Miguel Arraes, em Paulista. Outro cuidado importante é com a coluna lombar. Passos de dança podem sobrecarregar essa região. A orientação é ficar atento aos movimentos bruscos.

Outro alerta é para os riscos de contrair a doença do beijo ou mononucleose, comum na época de carnaval. Transmitida por vírus, atinge geralmente jovens de 15 a 25 anos de idade, provocando febre, dor nas articulações e garganta. Apesar do nome, o beijo não é sua única forma de contágio. A contaminação também se dá por meio de espirro, tosse e saliva em copos, talheres e xícaras.

De acordo com a infectologista Cátia Branco, coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HMA, os sintomas são semelhantes aos de uma gripe forte ou amigdalite bacteriana. “A pessoa pode ter febre alta, dor na garganta, secreção nas amígdalas, tosse, fadiga, dor nas articulações e surgimento de gânglios no pescoço, podendo avançar para outras partes do corpo." Não há um tratamento específico para a doença. O paciente deve ficar em repouso, se hidratar bem e evitar a automedicação. Somente um exame de sangue é capaz de detectar a mononucleose.

As viroses aparecem com mais frequência no carnaval e no verão, quando há maior risco de contágio na ingestão de alimentos ou água contaminada. Os sintomas mais comuns são febre alta, amigdalite, diarreia infecciosa, dor abdominal intensa, sinais de desidratação e hipotensão. Diante do quadro, é imporante procurar um hospital. "Não é o caso do médico detectar precisamente o vírus que está causando esses sintomas, mas sim ter a certeza que o paciente não apresenta sinais que possam indicar um outro problema, que não apenas uma simples virose", disse o coordenador de Clínica Médica do HMA, Fábio Queiroga.