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Fontenelle se diz feminista por não depender de homem para sustentar família

Folhapress | 15/08/19 - 22h43
Reprodução

Mãe de Samuel, 23, e Salvatore, 3, e avó de Charlotte, 2, Antônia Fontenelle, 46, se considera a "feminista das feministas" por sustentar a sua família e por pagar as contas da casa com seu trabalho.

Em entrevista à reportagem no Prêmio Sexy Hot, considerado o "Oscar do pornô brasileiro", a atriz e youtuber contou orgulhosa sobre sua rotina e as novas empreitadas profissionais. "Sou a feminista das feministas. Eu trabalho, sustento meus filhos e minha neta, não dependo de homem para nada. Ser feminista é isso. Não tem nada a ver com usar o sovaco cabeludo", sentencia.

Nascida em Brasília e criada pela avó no sertão do Piauí, Antônia foi para o Rio de Janeiro trabalhar como atriz onde chegou a fazer séries, peças e novelas. Mas há cinco anos se redescobriu como comunicadora no YouTube.

Seu canal, "Na Lata Com Antônia", já ultrapassa 100 milhões de visualizações e 1,5 milhão de inscritos. As entrevistas, que começaram como bate-papos descontraídos, hoje tomam corpo com bagagem jornalística, e os convidados do show business deram lugar a deputados, governadores e economistas.

Apesar de a maioria de seus entrevistados ser alinhada à direita, Antônia afirma que não se posiciona politicamente necessariamente nesta linha. "Não sou de direita nem sou de esquerda. Eu só quero tirar o meu país da merda", frisa.

Segundo ela, o canal foi guinando à direita por conta dos próprios convidados que aceitavam ou se negavam a participar. "Só tem mais entrevistados de direita no meu canal porque os de esquerda não topam vir."

No início de 2018, apenas um candidato à presidência aceitou dar uma entrevista: Jair Bolsonaro. No vídeo, que ultrapassou 4 milhões de visualizações, ele diz: "Nunca me imaginei falando sobre política. Nasci para ser militar".

Apesar de ter votado no presidente, ela tem suas ressalvas com o atual governo. "Acho que a grande questão do governo do Bolsonaro é a comunicação. Mas eu vejo que ele está trabalhando", aponta.

Segundo Antônia, a maior parte de seus entrevistados se oferece para participar. "Amanhã eu vou entrevistar o Major Olímpio. O assessor dele me ligou e falou: 'o Major é fã do seu canal, ele quer participar'. Então, eu tenho recebido muitos assessores me oferecendo entrevistas com seus clientes", conta ela, em tom comemorativo.

Mas o grande combustível para a apresentadora guinar seus papos na internet para a política foi a insatisfação e a vontade de fazer o que estivesse ao seu alcance. "Não é sobre mim nem sobre o político que eu estou entrevistando, é sobre o país, é sobre o estado. Essa preocupação só partiu por causa dos meus dois filhos e minha neta. Vou criar essas crianças onde? Tem que ser no meu país e ele tem que melhorar", diz.

Com acidez e sinceridade características, ela dá a cara a tapa no canal e fora dele. "Os políticos roubam muito, saqueiam o país, brincam com a cara do povo. As pessoas não levam a política a sério. Votam em qualquer um, não buscam em quem votar, não pesquisam", desabafa. E ainda arrisca uma estatística: "70% daquele congresso é feito de energúmenos."

Para Antônia, mostrar a que veio no YouTube era a única arma que estava ao seu alcance. "Acho que o canal é um caminho para eu fazer um pouquinho mais de diferença, quem me dera! A Damares [Alves, ministra] falou para mim: 'estou sendo menos atacada depois que eu te dei uma entrevista'. Fico imaginando eu no congresso a quantidade de pérola que não iria sair", se diverte Antônia, que de represálias na internet entende bem.

"Todos os ataques vêm a partir de opiniões que eu dou, de posições que eu tomo. Se você é neutra, água de salsicha, em cima do muro, ninguém vai te atacar. Você não é nem vista", conclui.

Outros filhos’

Antônia, que acaba de vencer uma batalha judicial após sete anos lutando pela herança de Marcos Paulo, com quem foi casada, tenta não se abater com as represálias que sofre na internet. E não são poucas. Mas ela afirma que com a vitória, veio também um novo olhar, inclusive da parte de mulheres.

"Opinião é igual a bunda, cada um tem a sua. Mas as pessoas me olham diferente agora. Veio junto com isso o respeito, a posição moral pela qual briguei o tempo inteiro. No passado eu era muito reativa, era esposa de um diretor de núcleo, uma menina do sertão do Piauí, e que fala palavrão. Eu adoro falar palavrão!", admite.

Após a morte de Paulo, que foi seu segundo marido, ela teve um terceiro casamento com Jonathan Costa, pai de seu filho caçula. Atualmente solteira, Antônia revela que está vivendo uma paixão não correspondida. "Estou apaixonada, mas não estou namorando. Adoraria estar namorando, mas também não é um drama não estar."