Brasil

Governo facilitará exportações de produtos voltados à Defesa

Agência Brasil | 22/02/20 - 20h05
Marcus Degaut, o secretário de Produtos de Defesa, do Ministério da Defesa | Marcos Corrêa/PR

O Brasil quer facilitar a exportação de produtos e de tecnologias de defesa. Para tanto, foi assinado, nesta semana, um protocolo de intenções entre Ministério da Defesa (MD) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – cerimônia que contou, inclusive, com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, e do Ministro da Economia, Paulo Guedes.

A presença dessas e de outras autoridades na cerimônia demonstra a relevância dada pelo governo ao tema. De acordo com o secretário de Produtos de Defesa, do Ministério da Defesa, Marcus Degaut, para cada Real investido neste setor há um retorno de R$ 9,8 à economia. “Nenhum outro setor, industrial ou não, sequer se aproxima da metade disso”, disse o secretário em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Degaut, o pouco conhecimento das pessoas sobre produtos e tecnologias de defesa acaba gerando algumas confusões sobre o assunto. Uma delas, a de que as empresas deste setor são voltadas, em sua maioria, à fabricação de armas e munições.

“Apenas 1,7% das 1.100 empresas credenciadas e supervisionadas pelo MD, para o fornecimento de produtos voltados à defesa, produzem armas ou munições”, informou o secretário do MD.

Tecnologias de ponta na defesa

A absoluta maioria dos produtos desenvolvidas pela Indústria da Defesa é voltada a tecnologias de ponta, tendo resultado em produtos que vão desde a internet até tintas e panela teflon, passando por celulares, computadores, aparelhos de ressonância magnética, tomógrafos, GPS, sistemas eletrônicos, entre outros.

Ex-oficial da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Degaut tem no currículo os cargos de assessor de Assuntos Internacionais da Presidência da República e de Secretário Especial Adjunto de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

Foi também membro da Força-Tarefa que revisou e atualizou a Política Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o Livro Branco de Defesa Nacional, bem como a Estratégia Nacional de Inteligência. Em 2019, foi indicado pela Presidência da República para ser seu representante no Grupo Executivo da Câmara de Comércio Exterior (GECEX).

Doutor em Segurança Internacional pela University of Central Florida, mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e especialista em Inteligência de Estado pela Escola Nacional de Inteligência, o atual secretário de Produtos de Defesa concedeu, à Agência Brasil uma entrevista na qual além de detalhar o protocolo assinado com o BNDES, fala sobre questões estratégicas e sensíveis de sua pasta, na relação com as empresas do setor de Defesa.