Uma guerra entre as facções CV (Comando Vermelho) e TCP (Terceiro Comando Puro) na noite de quinta-feira (3) deixou pelo menos três mortos e três feridos no Complexo da Pedreira, zona norte do Rio de Janeiro.
Os números foram confirmados pela Polícia Militar. Nas redes sociais, circulam informações sobre outros mortos e desaparecidos, não respaldadas pela corporação.
A disputa começou quando traficantes do Complexo do Chapadão, comunidade vizinha, tentaram invadir a Pedreira.
Durante o confronto, sete ônibus foram incendiados e a estação de metrô Engenheiro Rubens Paiva, na Pavuna, precisou ser fechada. Escolas, creches e algumas unidades de saúde também não funcionaram nesta sexta-feira (4).
A Polícia Militar intensificou o policiamento na Pedreira e região nesta sexta com equipes do 41º BPM (Irajá) e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).
O tenente-coronel Mauro Fliess, porta-voz da PM, disse em entrevista à TV Globo que a corporação tinha dados de inteligência que mostravam "instabilidade no local" e uma "possibilidade de invasão".
Questionado se a reação da polícia foi imediata, respondeu: "Importante frisar que temos 800 comunidades no estado do Rio de Janeiro. Não podemos ficar exclusivamente à mercê de uma comunidade".
O Comando Militar do Leste informou que um soldado do Exército foi baleado nas costas, na avenida Pastor Martin Luther King, enquanto dirigia. O militar foi socorrido na UPA de Irajá e transferido para o hospital Getúlio Vargas, onde, consciente, passou por exames.
Segundo a Polícia Civil, que também fez operação na comunidade nesta manhã, dois homens foram presos por porte ilegal de arma de fogo e associação para o tráfico. Uma pistola foi apreendida.
A Delegacia de Homicídios instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias das mortes. Agentes estão em diligências para esclarecer a autoria dos crimes.