No dia 4 de setembro de 1995, morria no Rio de Janeiro, Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo, mais conhecido como Paulo Gracindo, considerado um dos maiores atores brasileiros.
Desde menino, Paulo Gracindo sonhava em ser ator. Entretanto, o paí não concordava com a ideia e sempre ameaçava retirar o filho do palco pela gola da camisa.
Paulo Gracindo respeitou a proibição até a morte do pai. Mas, aos 20 anos, deixou Maceió, em Alagoas, e foi para o Rio de Janeiro.
Sempre bem-humorado, contava em detalhes o início da carreira e fazia piadas com o próprio nome. Passou fome e namorou a filha de um português só para participar do Teatro Ginástico Português, que tinha grande prestígio na época.
Para subir ao palco foi preciso adotar um nome artístico: Paulo Gracindo. Ele dizia que Pelópidas não dava certo. Ora o chamavam de Petrópolis, Pelópes e até envelopes.
Mas Paulo Gracindo estava fadado ao sucesso. Num dos seus primeiros trabalhos, o ator ficava apenas dois minutos no palco, entretanto um crítico fez o seguinte comentário: de onde veio esse rapaz que não faz nada e aparece tanto?
Paulo Gracindo participou das maiores companhias teatrais dos anos 30 e 40, mas a fama veio ao entrar para a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, onde apresentava um programa que tinha o seu nome.
Fez enorme sucesso ao participar de novelas da emissora, como O Direito de Nascer, na qual encantou o público no papel de Alberto Limonta.
Outro grande momento na Rádio Nacional foi o Programa Balança Mas não Cai, onde interpretou, com Brandão Filho, o quadro Primo Pobre e Primo Rico.
Na televisão, fez personagens inesquecíveis, como o Tucão da novela Bandeira Dois, o Coronel Ramiro Bastos, em Gabriela, o João Maciel, de O Casarão, o padre Hipólito, de Roque Santeiro, e o mais marcante de todos, o prefeito Odorico Paraguaçu, de O Bem Amado.
No cinema, participou de Terra em Transe, de Glauber Rocha. Ele achava a arte de filmar muito complicada. Tinha que ter muita paciência. Afirmava que era coisa de chinês. Paulo Gracindo morreu aos 84 anos e foi sepultado no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.
História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. É publicado desegunda a sexta-feira.
Fonte: Agência Brasil
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