Maceió

'Hoje não há risco de colapso', diz Defesa Civil Estadual mesmo com alerta máximo do Município

TNH1 com Rádio Pajuçara FM | 04/12/23 - 10h57
Júlio César Oliveira/Rádio Pajuçara FM

Antes da reunião para apresentação de análises sobre a mina 18 para geólogos especialistas em desastres, o coronel Moisés Melo, coordenador da Defesa Civil do Estado, informou que o deslocamento do solo está estabilizado há dois dias e que por isso não há risco de colapso neste momento. A Defesa Civil do Município, no entanto, mantém o alerta máximo devido ao afundamento que já chegou a 1,77m até a manhã desta segunda-feira, 4.

O encontro realizado entre Defesa Civil Estadual, Instituto do Meio Ambiente (IMA), e Departamento de Recursos Minerais (DRM) do Rio de Janeiro, aconteceu na sede do IMA, no bairro Farol. Os geólogos técnicos vindos do Rio de Janeiro colheram informações por meio de gráficos e vão ser direcionados para o Mutange e para as regiões próximas ainda nesta segunda. Um novo sobrevoo também foi agendado para o acompanhamento da situação da mina.

O coordenador Moisés Melo destacou que, apesar da estabilização momentânea, novos tremores de terra devem atingir a capital alagoana. A cada ano, os equipamentos de monitoramento registravam afundamento de milímetros, e agora a mina está afundando centímetros por hora, o que mantém ainda a preocupação.

"A mina já está estabilizada, a quantidade de massa que desceu é proporcional, chega muito perto, do preenchimento da cavidade. Não oferece riscos de dolinamento [...] Mas Maceió vai ter que conviver com esses tremores por um longo tempo", disse em entrevista à Rádio Pajuçara FM.

"Ela hoje não corre risco de colapso, até o dia 30 de novembro e o dia 1º de dezembro, havia sim, mas agora está estável. A lagoa praticamente não sofreu nenhum dano. A mina foi preenchida com esse caminho que estava direcionada do subsolo à superfície. Não tem risco de contaminação por sal. Temos o crime ambiental, mas temos que ter muita cautela para os próximos estudos que vão ser apresentados pelo IMA, secretaria do Meio Ambiente, e Defesa Civil do Estado", continuou.

Moisés Melo afirmou ainda que outras minas podem ter o mesmo processo que houve com a de número 18, porém com a manutenção da estabilidade, e com as devidas medidas de segurança, o preenchimento delas deve ser retomado pela mineradora Braskem.

"Houve subsidência de quase 2 metros, que foi essa área que desceu, ficou abaixo do nível normal, em direção à mina, e isso gerou a estabilidade da mina. Não quer dizer que as outras minas surjam de novo subindo em direção à superfície, mas em relação a mina 18 está estável, e isso é o que aponta os gráficos e a leitura dos equipamentos, e não tem mais risco de colapso".

"Futuramente será liberada [a região], após os novos estudos, com estabilidade, mas vai ser dado um tempo, para que essa estabilidade se concretize, com margem de segurança, isolamento social, distanciamento da população, e aí a empresa deverá retomar o preenchimento", concluiu.

Estudos de geólogos do Rio de Janeiro - O presidente do DRM, Luiz Cláudio Almeida Magalhães, destacou que os geólogos estão colhendo as primeiras informações, e não há um laudo concluído sobre a situação. "Nós tivemos uma primeira reunião para ter uma noção geral, e começamos hoje uma reunião de trabalhos efetivos, com geólogos técnicos que vieram sob minha coordenação. Vamos ter uma amplitude do problema, e a tarde teremos um sobrevoo, para a gente auxiliar da melhor maneira possível o que o estado de Alagoas nos solicitar". 

"Nesse momento, precisamos de informações maiores. Hoje está tendo a apresentação de gráficos, e depois vamos até as regiões in loco. Nós temos que ter tranquilidade nesse momento para passar o que realmente está acontecendo ali. Vamos entregar os estudos, as análises, mas as tomadas de decisão são do executivo", finalizou.

A equipe vai passar a semana toda em Maceió, com o objetivo de fazer o levantamento da situação da mina e das possíveis intervenções que podem ser feita na área.