Idosa é achada morta com sinais de envenenamento no Flexal; filha está internada em estado grave

Publicado em 01/11/2024, às 07h03
Moradores tem prostado cobrando realocação por conta do isolamento social | Foto: Arquivo
Moradores tem prostado cobrando realocação por conta do isolamento social | Foto: Arquivo

Por TNH1

Maria de Jesus Souza, de 61 anos, foi encontrada morta nessa quinta-feira (31), no Flexal de Cima, no bairro de Bebedouro, em Maceió. A suspeita é de que a mulher tenha ingerido veneno e envenenado a própria filha e o gato de estimação. 

De acordo com vizinhos, a filha, Elenilma, que tem problemas psiquiátricos, foi socorrida e encaminhada para o Hospital Geral do Estado (HGE), em estado grave. Ela teria completado 42 anos nessa última terça-feira (30). 

O corpo da mulher, conhecida como dona pureza, foi encontrado no final da tarde por parentes. Ela estava no sofá da casa e a filha deitada na cama. Peritos foram ao local para fazer uma análise da situação.

Dona Maria deixou uma carta onde lamenta a situação de isolamento do bairro, que é um dos atingidos pelo afundamento do solo por conta da mineração de sal-gema na capital alagoana. “Estou cada vez mais depressiva em saber que vou ficar nesse isolamento para sempre”. Parte dos moradores do Flexal dizem estar isolados socialmente e sem direito à indenização.

Ela chegou a dar entrevista à TV Pajuçara esta semana em reportagem sobre uma determinação do Conselho Nacional de Justiça para que seja realizada uma nova perícia para uma possível realocação dos moradores dos Flexais. 

O defensor público Ricardo Melro, que esteve com a idosa no último sábado (26), em visita aos Flexais, disse que ficou em choque com a notícia. "Fiquei assustado com a notícia. Fui caminhar no sábado com ela, para ver a situação das obras de revitalização e conversar com o povo, conversei com ela também. A gente fica assustado, porque a situação vai se agravando, e a gente vem lutando há mais de um ano pela realocação, pelo menos pelo direito de realocar as pessoas que querem sair, mostrando que há um agravamento na saúde mental", lembrou o defensor.

"O prazo para terminar as obras de revitalização terminou e já era para fazer a avaliação se funcionou ou não. Prorrogaram como se fosse bobagem, prorrogar o prazo para quem mora na área nobre da cidade pode não ser nada, mas para quem está ali não é, é muito fácil dizer que pode prorrogar sem ir lá. A gente lamenta demais a postura dos órgãos em insistirem nessa revitalização, sem levar em consideração a vontade da população", enfatizou Ricardo Melro.

BRASKEM SE PRONUNCIA

Em nota, a Braskem, responsável pela extração de minério da região, informou que está ciente da tragédia ocorrida no Flexal, e que tem mantido um serviço de apoio psicológico aos moradores do bairro, no Espaço Flexal, localizado na rua Tobias Barreto.

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