Alagoas

Irmã de criança espancada pelo padrasto também era surrada até desmaiar

Tiago Logan, estagiário* | 28/04/21 - 17h12
Reprodução

O delegado de Pão de Açúcar, Edvaldo Menezes, que investiga o caso da criança de 5 anos espancada pelo padrasto, Antônio Carlos do Nascimento, de 27 anos, disse, em entrevista ao TNH1, que as agressões à família aconteciam há muito tempo e que a enteada, de 9 anos, também era espancada e surrada até desmaiar.

"A mãe não precisará depor, pois serão consideradas as declarações que prestou à polícia no termo de flagrante", disse o delegado. 

Em seu relato, a mulher afirmou ter sido amarrada com corda pelo agressor, além de ter levado tapas e murros. Ela será submetida a exame de corpo de delito nesta sexta-feira (29). Já a filha mais velha não irá fazer o mesmo exame por não ter marcas recentes. 

Depoimentos

De acordo como delegado Edvaldo Menezes, as testemunhas intimidas a prestar depoimento sobre o caso começaram a ser ouvidas nesta quarta-feira (28). Foram ouvidos o proprietário da fazenda onde trabalhava o padrasto e um vizinho dele. Também prestou depoimento o condutor da ambulância que incendiou enquanto a criança era levada para o hospital.

"O condutor disse que o menino foi retirado antes que as chamas chegassem na parte de trás do veículo", destacou.

Edvaldo Menezes afirmou que o inquérito tem previsão de trinta dias para ser concluído e que o padrasto, que confessou as agressões cometidas, segue preso.

Estado de saúde

O último boletim médico divulgado sobre o estado de saúde do menino apontou boa reação ao tratamento, com a saída da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a Área Laranja do Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca. 

Ele foi submetido a um procedimento cirúrgico para a retirada de tecido infeccionado nas nádegas, decorrente de queimaduras feitas com ferro usado para marcar animais. Além disso, também está tratando uma fratura na clavícula, causada pelo espancamento.

O caso

A criança deu entrada no HEA na noite da quarta-feira, 21, com vários hematomas, um ferimento profundo na nádega, além de suspeita de fratura no quadril. A princípio, a criança foi atendida em um posto de saúde de Pão de Açúcar sob a informação da própria mãe de que teria levado uma queda de cavalo.

A equipe médica desconfiou da versão e acionou a polícia. Indagada, a mãe confessou que, na verdade, o menino havia sido espancado pelo padrasto e que ela própria e a outra filha de 9 anos também eram vítimas do homem.

Antes de chegar no HEA, transferida de Pão de Açúcar, a criança ainda viveu momentos de tensão, após a ambulância em que ela viajava apresentar uma pane e pegar fogo.

O padrasto da criança foi preso por policiais militares e sua prisão preventiva já foi solicitada pelo pela promotoria de Justiça de Pão de Açúcar. Ele confessou as agressões. Segundo a mãe da criança, ela e os dois filhos, o menino de 5 anos, e a menina de 9, eram constantemente espancados pelo homem. O alvo principal era o menino, por quem o homem nutria ciúmes devido ao tratamento carinhoso que a criança recebia da mãe.

*Sob supervisão da Editoria