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Justiça condena Léo Santana após fã ser agredido por segurança

UOL | 29/09/21 - 12h44
Reprodução

O cantor Léo Santana foi condenado em primeira instância pela Justiça do Distrito Federal a indenizar um casal de fãs e pagar, a título de danos morais, o valor de R$ 35 mil. De acordo com a sentença, os seguranças particulares do artista agrediram o casal, que protestava contra um atraso em um show em Guarapari (ES), que ocorreu no dia 13 de Janeiro de 2018.

O show de Léo estava programado para começar às 22h na Arena Pedreira, mas iniciou com grande atraso, às 6h da manhã seguinte. Na época, viralizaram vídeos do público revoltado com o atraso e demonstrando Léo Santana irritado com os protestos. O artista interrompeu a apresentação e disse: "Me respeita, vagabundo. Vem aqui em cima falar."

De acordo com o processo, o artista estava falando com o personal trainer Maurício Camargo Alves, que aceitou a provocação e subiu ao palco. Enquanto se dirigia ao cantor, Maurício foi surpreendido com golpes e socos por membros da equipe do músico, assim como empregados da casa de shows.

Sua mulher, Mariana de Sena Selveira, subiu ao palco para ajudar o marido e também foi contida pelos seguranças de forma truculenta. Nas palavras de testemunhas, "ela teria sido carregada pelos braços e cabelos como se fosse uma prancha". A defesa do artista argumentou que os seguranças agiram porque houve invasão do palco.

O juiz Giordano Resende Costa analisou o mérito da questão a partir do Código de Defesa do Consumidor e entendeu que cabe aos organizadores do evento a responsabilidade por sua segurança. Negou que houve prejuízo por danos materiais sofridos pelo casal, mas assentiu ao prejuízo por danos morais.

Considerou que, em cima do palco, o artista possui poder e controle do evento: "Ao invés de apaziguar os ânimos para que o serviço fosse prestado da melhor forma aos seus consumidores, instigou a violência e expôs o autor para todo o público ali presente." A decisão teve como respaldo declaração de testemunhas, exames do Instituto Médico Legal, áudios e vídeos.

Também foram condenados em primeira instância pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) a empresa do cantor, Leandro Silva de Santana-Me (Rebolation Produções) e demais organizadores do show, Pedreira Reciclagem Sustentável LTDA e Fatto Entretenimento. A sentença foi proferida no dia 7 de julho de 2021. Há registro de apelação para a segunda instância por Léo Santana no dia 4 de agosto de 2021.

Segunda a assessoria de imprensa do músico, o cantor apelou parcialmente da sentença que foi majoritariamente a seu favor, solicitando a revisão de pontos que considerou desfavoráveis a ele.

Segurança privada em foco

Segundo o advogado do casal agredido, Valter Bruno de Oliveira Gonzaga, à época do incidente, Maurício e Mariana estavam de férias e viajaram para Vitória (ES) com a sogra e o filho pequeno, mas apenas o casal foi ao show.

O advogado considera que a situação foi "totalmente fora da curva de compreensão". Compartilha ainda que Maurício realizou uma cirurgia por conta de um dedo quebrado no episódio.

Questionado sobre o porquê de Maurício ter subido ao palco, disse que acreditava que seria recebido pelo cantor para confraternizar.

Conforme a equipe do artista: "Em sua segurança, existe apenas um profissional altamente especializado e que é um Capitão reformado do Batalhão de Choque da Polícia Militar da Bahia e já trabalhou com artistas há muitos anos."

A assessoria também ressaltou que o profissional tem experiência e capacitação para lidar com os fãs, uma das coisas que mais preza, não apenas como artista, mas como ser pessoa.

"Os seguranças são orientados para dar um tratamento de qualidade e íntegro respeitando os limites e emoções de seus fãs e admiradores", informou em nota. Disse ainda prezar pelo bom trato do público e de todos da equipe.