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MG: Dezoito barragens terão que passar por intervenções após fortes chuvas

CNN Brasil | 19/01/22 - 17h58
Barragem B3/B4, em Macacos, na Grande BH, é uma das que precisa de intervenção | Foto: João Borges/ Arquivo pessoal

Dezoito barragens em Minas Gerais terão que ser submetidas a algum tipo de intervenção, como medida preventiva, após as fortes chuvas que atingiram o estado em dezembro e janeiro.

Foram analisadas 31 barragens pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) e pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), que são de responsabilidade da Vale, da ArcelorMittal e da Minérios Nacional.

Conforme os dados apresentados, todas as estruturas que apresentaram algum tipo de problema são da Vale. Em um prazo de dez dias, a partir desta quarta-feira (19), a empresa deve apresentar um relatório técnico fotográfico, que deve ser acompanhado da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), com as medidas que serão tomadas ou um cronograma detalhado com as seguintes informações:

Mitigar e corrigir os processos erosivos instalados no entorno das estruturas;
Fazer a manutenção e limpeza dos sistemas de drenagem interna, superficial e do extravasor;
Reduzir a contribuição pluvial da bacia de drenagem para o reservatório da barragem e garantir a manutenção de rotina da estrutura, realizando inclusive o controle de vegetação.

Três delas estão em nível 3 de emergência: Sul Superior, B3/B4, e Forquilha 3. Entretanto, não apresentam danos diretos, apenas dificuldade de acesso, em que a erosão deve ser tratada.

As outras barragens não apresentam danos causados pelas chuvas e estão com o comportamento esperado para o período. A manutenção é solicitada apenas por elas estarem sendo acompanhadas pela Feam no seu Programa de Barragens e também pelo MP-MG nas Auditorias Externas Independentes.

Confira a relação de barragens que devem receber intervenção:
Barragem Sul Inferior, na Mina do Congo Seco, em Barão de Cocais (MG) – Nível 1
Barragem Sul Superior, na Mina do Congo Seco, em Barão de Cocais (MG) – Nível 3
Barragem Marés II, na Mina de Fábrica, em Belo Vale (MG) – Nível 1
Barragem Santana, na Mina Cauê, em Itabira (MG) – Nível 1
Barragem Maravilhas II, na Mina do Pico, em Itabirito (MG) – Nível 1
Barragem Xingu, na Mina da Alegria, em Mariana (MG) – Nível 2
Barragem Vargem Grande, na Mina de Abóboras, em Nova Lima (MG) – Nível 1
Dique B, na Mina Capitão do Mato, em Nova Lima (MG) – Nível 1
Barragem Capitão do Mato, na Mina Capitão do Mato, em Nova Lima (MG) – Nível 2
Barragem B3/B4, na Mina Mar Azul, em Nova Lima (MG) – Nível 3
Barragem Peneirinha, na Mina Capitão do Mato, em Nova Lima (MG) – Nível 1
Barragem Grupo, na Mina de Fábrica, em Ouro Preto (MG) – Nível 1
Barragem Forquilha 1, na Mina de Fábrica, em Ouro Preto (MG) – Nível 2
Barragem Forquilha 2, na Mina de Fábrica, em Ouro Preto (MG) – Nível 2
Barragem Forquilha 3, na Mina de Fábrica, em Ouro Preto (MG) – Nível 3
Barragem Dicão Leite, na Mina de Fazendão, em Catas Altas (MG) – Nível 1
Barragem Área 9, na Mina de Fábrica, em Ouro Preto (MG) – Nível 1
Dique Paracatu, Mina Fazendão, em Catas Altas (MG) – Nível 1
 

Por meio de nota a Vale informou ainda não foi notificada, mas que avaliará o teor documento assim que tiver acesso a ele. Leia a nota da mineradora na íntegra:

"A Vale informa que avaliará o teor do documento assim que for notificada. A empresa ressalta, no entanto, que as estruturas em nível de emergência 3 - B3/B4 (Nova Lima), Forquilha III (Ouro Preto) e Sul Superior (Barão de Cocais) - já são normalmente acessadas apenas por equipamentos remotos e não apresentam alteração estrutural. As três barragens já tiveram suas respectivas contenções finalizadas e as comunidades da Zonas de Autossalvamento (ZAS) evacuadas desde 2019. As equipes técnicas fazem neste momento uma avaliação aprofundada para conduzir as melhorias necessárias nas estruturas, especialmente nos seus acessos, afetados pelas intensas chuvas em Minas Gerais dos últimos dias. Para garantir a segurança de suas barragens, a empresa monitora as suas principais estruturas 24h por dia, 7 dias por semana, em tempo real, por meio do Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG)."