Brasil

Ministério Público espanhol pede 8 anos de prisão para militar que levou cocaína em avião presidencial

Folhapress | 17/10/19 - 14h09
Avião da Força Aérea Brasileira - V2-2 2591 EMBRAER | hiveminer.com

O Ministério Público da Espanha pediu oito anos de prisão -e uma multa de 4 milhões de euros (cerca de R$ 18,2 milhões)-  para o sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, que está detido no país desde 25 de junho, quando foi interceptado no aeroporto de Sevilha tentando desembarcar com 37 kg de cocaína.

O pedido da procuradoria já foi entregue ao Juizado de Instrução de Sevilha. A expectativa, de acordo com o Diario de Sevilla, é que o julgamento do brasileiro aconteça "nos próximos meses". Rodrigues fazia parte da comitiva de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na viagem para reunião do G20 em Osaka, no Japão, e viajou no avião reserva da Presidência da República.

No documento enviado ao tribunal, revelado pelo jornal El Pais, a procuradoria afirma que foram encontrados 37 kg de droga (e não 39 kg, como inicialmente divulgado pelas autoridades locais), com pureza de 80,14%, avaliados em 1,42 milhão de euros (aproximadamente R$ 5,6 milhões).

Para o MP espanhol, o sargento brasileiro transportava a droga com a intenção de "ser vendida a terceiras pessoas". Os receptores do produto, no entanto, não foram identificados pelas autoridades. A promotoria justifica a pena de prisão e a multa milionária pedida ao brasileiro devido à grave ameaça à saúde pública e a "notória importância da substância confiscada".

A droga foi encontrada na bagagem de Manoel Silva Rodrigues em uma fiscalização de rotina da Guarda Civil no aeroporto de Sevilha. Segundo as autoridades, o fato de os entorpecentes estarem sem qualquer tipo de disfarce sinaliza que o militar não esperava ser revistado na chegada à Espanha.

No Brasil, o Comando da Aeronáutica não informou se Rodrigues passou por inspeção antes de embarcar. O argumento é de que o tema está sob sigilo por fazer parte da investigação.

Com mais de vinte viagens oficiais em comitivas presidenciais, Rodrigues fazia parte da equipe de apoio do governo Bolsonaro para a reunião do G20, no Japão, viajando no avião reserva da Presidência. O episódio pôs em xeque a segurança presidencial e os procedimentos usados em viagens oficiais.