Política

Moraes traça "plano de ação" para questões polêmicas em sabatina

09/02/17 - 07h37
Agência Estado

Licenciado do Ministério da Justiça, Alexandre de Moraes apresentou nesta quarta-feira, 8, a lideranças da base aliada do Senado o plano de ação que pretende adotar para responder às questões controversas que deve enfrentar durante sabatina prevista para ser realizada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. A audiência com os integrantes do colegiado é uma das etapas que Moraes deverá passar, para assegurar a sua indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF).

No encontro realizado com integrantes da bancada do PSDB, Moraes que até a véspera da reunião estava filiado à legenda, apresentou um levantamento, que aponta que ao menos 30% dos indicados para a Suprema Corte, nos últimos 20 anos, têm um histórico de atuação partidária e/ou no governo da ocasião. 

Os dados, segundo relatos, servirá de base para o ministro se defender de possíveis ataques da oposição que o acusa de, uma vez no STF, ficar à serviço do PSDB e do presidente Michel Temer responsável por sua indicação. 

Na saída do gabinete, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), também minimizou o fato de Moraes antes de ser indicado para o STF, ocupar o Ministério da Justiça, subordinado a Temer. Ao falar do tema, o tucano mencionou o histórico do ministro Celso de Mello, decano da Corte. "Ele assessorou diretamente o presidente José Sarney até o momento da sua indicação. Isso faz dele um ministro menor naquela corte? Pelo contrário. Servir ao governo é participar da vida democrática. Isso deve ser louvado. Não podemos cair na cantilena oposicionista, que desconsidera o passado de indicações do próprio PT para fazer esse tipo de acusações", disse.

Cunha

Moraes também já tem se preparado sobre outro ponto polêmico: o fato de ter sido advogado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato, em uma ação em que o deputado cassado era acusado de usar documento falso e foi absolvido. Entre os argumentos ensaiados por Moraes está o de que, como advogado, ele estava exercendo o direito constitucional de defesa.