Interior

Musicoterapia: HEA se transforma em arraiá e leva alegria a pacientes

Ascom Sesau | 23/06/21 - 22h35
Aline Silva

Ao som de muito forró, servidores do Hospital de Emergência do Agreste (HEA) transformaram a unidade num imenso arrraiá. A festa de São João começou na recepção e o arrasta-pé atravessou as alas de Trauma até o setor para tratamento da Covid-19. A Musicoterapia embalou pacientes e servidores, que entraram no clima junino. Entraram mesmo!!

Dona Maria Lúcia, de 58 anos, está acompanhando o esposo que sofreu acidente de moto e permanece internado no HEA. Quando ela viu a quadrilha junina se aproximar, não pensou duas vezes. Deixou de lado as dores de artrite e dançou animada. “Menino, 2 anos sem São João já tá demais!! Ainda bem que eles vieram animar a gente!”, falou dona Maria.

O marido dela, paciente, também se animou. “Muito bom. Dançam muito bem!”, ressaltou “seu” Sebastião dos Santos, de 58 anos. Atividade terapêutica também para quem trabalha cuidando dos pacientes. “Descontração total”, comentou a técnica em enfermagem Ivoneide Lima. “Alivia a tensão”, ressaltou Ivonete dos Santos, também técnica em enfermagem no HEA.

Surpresa – Celulares a postos, gravando!! Dona Geni não perdeu nadinha da festa junina. Gravou na memória e no celular os passos e a musicalidade da turma animada do Arraiá do HEA. “Nunca pensei que teria forró aqui!! Coisa linda né? E a dançarina é muito bonita”, comentou dona Geni, que está acompanhando o marido, Maniel Lima, internado após queda da própria altura.

A dançarina a quem dona Geni se refere é a coordenadora do Recursos Humanos do Hospital de Emergência do Agreste, Angélica Lopes. Ela é integrante da tradicional quadrilha junina Canarraiá, do bairro Canafístula. Nesta tarde de quarta-feira (23), a servidora fez questão de deixar em pausa o modo “coordenação de RH” para dar play como “brincante”. Angélica é quadrilheira e participa de quadrilha junina há 13 anos.

Devidamente vestida para a ocasião, ela salienta que não poderia deixar de contribuir para o São João ser sempre lembrado e marcar presença no hospital. “O São João não acabou. Ele está só adormecido por causa da pandemia da Covid-19. Então, enquanto tiver uma chama e oportunidade de levar a musicalidade e as cores características juninas, a gente deixa o lado profissional de lado para mostrar o lado de quadrilheira. É muito amor”, explicou Angélica. “E ver este envolvimento de todos, num momento tão difícil, torna tudo mais emocionante”, reforçou.

O sanfoneiro cabra bom foi o coordenador de Serviço Social do HEA. Rodrigo Barbosa, vestido à caráter, disse que a Musicoterapia é muito importante para quem está no Hospital. “A ideia é diminuir o estresse hospitalar para pacientes, acompanhantes e profissionais da saúde. O paciente passa a dar uma resposta melhor ao tratamento e o efeito vai para todos os setores. Paciente melhora, vai para casa, e a equipe fica feliz com esta evolução positiva”, argumentou Rodrigo.

A festa teve ainda a participação de integrantes do Projeto Preparando a Volta para Casa e da brinquedoteca Alegre e Brinque do Hospital de Emergência do Agreste, além de servidores de outros setores do hospital. “A gente sempre tenta buscar formas de aliviar a tensão no hospital. Este tratamento humanizado aproxima mais pacientes e profissionais de momentos de alegria. E neste período tão crítico, com tantas incertezas, atitudes assim, com tanto amor, ajudam a manter a saúde física e mental de todos”, comentou Bárbara Albuquerque, gerente-geral do Hospital de Emergência do Agreste.