Maceió

Novos fardos de borracha são encontrados em praia de Maceió

TNH1 | 28/07/21 - 12h14
Divulgação Instituto Biota

O Instituto Biota de Conservação confirmou o aparecimento de novas caixas de borracha no Litoral de Maceió. Os fardos foram encontrados na praia de Guaxuma, na manhã desta quarta-feira, 28, um dia depois de um material semelhante ter sido flagrado na areia da praia de Jacarecica. As caixas emborrachadas aparecem novamente no estado desde a última semana.

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará acredita que o material é oriundo de um navio alemão torpedeado por tropas dos Estados Unidos próximo a Recife durante a Segunda Guerra Mundial. Os fardos são encontrados em praias de várias cidades do Nordeste ao menos desde 2018.

Além dos registros em Guaxuma e Jacarecica, outros casos foram compartilhados com o Biota, como o aparecimento dos fardos nos municípios de Coruripe e Marechal Deodoro, além do Mirante da Sereia, na capital, no fim de semana.

As caixas apresentam material de látex e serão descartadas na Central de Tratamento de Resíduos (CTR), em Pilar, antes do recolhimento da praia pelos funcionários da Limpeza Urbana da Prefeitura de Maceió.

(Divulgação Instituto Biota)
(Divulgação Instituto Biota)
(Divulgação Instituto Biota)

Investigação de pesquisadores

Segundo a Universidade Federal do Ceará, o ponto de partida para a descoberta da origem dos fardos foi uma inscrição que havia em uma das caixas ‒ encontrada em julho de 2019 em uma praia de Itarema (a cerca de 200 quilômetros de Fortaleza) ‒ indicando que o material do navio cargueiro provinha da Indochina Francesa. Esse território, situado nos atuais Vietnã, Laos e Camboja, era uma colônia da França, mas durante a Segunda Guerra foi dominado pelos japoneses, que, juntamente com alemães e italianos, compunham o bloco conhecido como Eixo.

Os dados encontrados indicariam que “esse produto era antigo, provavelmente de um naufrágio. Através dessa marcação [na caixa], fizemos uma pesquisa histórica e conseguimos identificar um cargueiro, chamado Rio Grande, que tinha uma carga de borracha com as inscrições referentes à Indochina Francesa”, explica o Prof. Carlos Teixeira, um dos responsáveis pela pesquisa.

De acordo com as informações (oriundas de um banco de dados americano sobre naufrágios no Atlântico Sul durante a Segunda Guerra), o cargueiro em questão transportava principalmente fardos de borracha bruta – que seria o material encontrado nas praias. O navio foi afundado em 1944. Os sobreviventes conseguiram sair em pequenos botes, depois desembarcaram em Fortaleza e foram presos na 10ª Região Militar. O navio foi encontrado em 1996, a cerca de 5.700 metros de profundidade.