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Muito tem se falado da prevenção do coronavírus. Mas e o impacto e sequelas sobre o corpo de pacientes contaminados pela Covid-19? Em casos graves, o coronavírus atinge e prejudica em particular o funcionamento do pulmão, mas pode atingir o coração e até o cérebro. É o que explica o pneumologista Fred Ramos, médico que trabalha no Imip e no Hospital Getúlio Vargas (HGV) e também é professor da Unicap.
Nesta entrevista, o especialista fala ainda sobre o quadro atual dos hospitais do Recife e explica a necessidade de procedimentos que geram dúvidas na população, como o uso de respiradores mecânicos em quadro de insuficiência respiratória grave.
“A maioria dos pacientes que têm síndrome respiratória grave não é Covid. Aqui em Recife, eu diria que 80% são H1N1 ou complicação de doenças respiratórias ou outros vírus. Foram internados nesse contexto, testados e deram negativo”. Mas, pontua, continuam nas unidades de saúde. O maior problema, destaca Ramos, “é que o sistema já está sobrecarregado por natureza”.
Temos falado muito sobre a prevenção, mas qual o percurso do coronavírus no corpo da pessoa e a consequência dele sobre cada órgão do paciente?
A entrada da Covid-19 é pelas vias respiratórias, então vai entrar através das secreções de quem está contaminado. Como o vírus se multiplica muito rápido no tecido que a gente chama de mucosa das vias respiratórias, isso vai ser aspirado pelo pulmão. A maioria das pessoas pode ter uma pequena reação inflamatória no pulmão e aquilo vai se resolver sozinho. E algumas pessoas podem ter uma pneumonia grave, quer dizer uma inflamação no tecido dos pulmões. Então, ao chegar no pulmão, vai causar um processo inflamatório.
Especialmente nas pessoas idosas e com baixa imunidade - pessoas que usam remédio para diminuir imunidade, como quimioterapia, leucemia, doenças como lúpus - remédios que baixam a imunidade e pessoas diabéticas -, pessoas que fazem hemodiálise ou que têm doença renal. São pacientes que têm mais chance de ter essa pneumonia mais grave e pacientes que têm doença pulmonar, especialmente pacientes com uma doença chamada DPOC, que é a sigla para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, que é uma doença pulmonar provocada pelo cigarro. Essas pessoas com essas doenças crônicas, elas têm as defesas pulmonares reduzidas. Por isso, o processo inflamatório é muito mais forte e intenso e pode causar insuficiência respiratória. Quando o processo inflamatório é muito extenso, a pessoa não aproveita bem o oxigênio que entra no corpo. E, se não chega bem o oxigênio no sangue, vai repercutir em outros órgãos.
Quais seriam estes órgãos?
Coração especialmente e cérebro. Por este motivo, as pessoas podem ter sonolência e arritmias cardíacas. Esta inflamação por coronavírus pode acontecer no pulmão, mas também tem acontecido muito no coração. A maioria dos pacientes graves que morrem têm doença cardíaca. A gente chama de miocardite, que é uma inflamação no miocárdio, o músculo cardíaco.
É comum este tipo de consequência no coração?
Felizmente, a grande maioria das pessoas não têm maiores complicações. Mas, nas pessoas que têm complicação, a doença cardíaca tem sido frequente. Surge uma complicação pulmonar e a cardíaca vem depois.
No caso dos pacientes que necessitam de suporte de UTI, a grande parte vai precisar de orientação de pneumologista porque terá insuficiência pulmonar?
Em geral, os clínicos e cardiologistas sabem o que fazer, mas aqui a maioria dos hospitais que está oferecendo serviço de UTI para pacientes com Covid-19 - como é o caso do Imip, onde eu trabalho, do Oswaldo Cruz, que é serviço de referência - tem pneumologista para interconsulta, que dá seu parecer, sua opinião. Em geral, fazemos o que tem sido feito no mundo mesmo: usa-se determinados remédios que têm sido tentados. Nesses doentes graves, têm-se aplicado o uso de cloroquina e azitromicina. E ventilação mecânica para pacientes muito graves…
Por que se fala tanto em respirador? E pode-se utilizar outros tipos de ventilação mecânica, como o Cipap, no caso da Covid-19?
A indicação de colocar um tubo na garganta para ventilar continua a mesma. É aquele paciente que está muito sonolento, que não tem condições de ajudar em ventilação não-invasiva, como uma máscara no rosto. No entanto, há um temor grande de que nesta ventilação, que coloca a máscara, haja escape e os profissionais sejam contaminados. Por isso, a orientação tem sido logo de intubar. Isso quando a pessoa está em insuficiência respiratória. A gente tem alguns parâmetros clínicos para ver a indicação do procedimento.
Quais?
Quando a oxigenação está muito baixa, em geral abaixo de 90 para intubação, quando está muito sonolento... Se for paciente com doença pulmonar, é normal ter em torno de 90 de oxigenação, mas imagine uma pessoa que não tem doença pulmonar, o raciocínio não é o mesmo. Na verdade, o que é importante para a população saber é que, quando o paciente está em insuficiência respiratória, ele deve ser sedado e é colocado nele um tubo na traqueia, na garganta, um aparelho para ajudar os pulmões a funcionarem melhor. Este aparelho que a gente chama de respirador, de ventilador, auxilia o paciente que está em insuficiência respiratória enquanto o remédio ou a própria evolução melhore e possa sair do respirador.
A gente começa a receber notícia de pessoas que receberam alta. O coronavírus deixa sequelas?
Não há sequelas. Na grande maioria dos pacientes graves, quando saem do quadro de insuficiência respiratória, a tomografia não apresenta nenhuma alteração. Mesmo os pacientes graves vão se recuperar ou têm se recuperado bem. No entanto, a gente só tem condições de dizer o tipo de sequela à medida que sai da epidemia, a exemplo dos chineses, que já saíram da epidemia. Aí a gente vai ver como estão as funções pulmonares desses pacientes. Isto é uma resposta que só teremos com mais precisão a longo prazo.
Como está sua rotina e como o senhor vê o quadro atual?
Pesada porque até o que não é Covid vira Covid, já que todos os hospitais estão se preparando para receberem pacientes com a doença ou para receberem para outras doenças porque as pessoas continuam com diabetes, câncer...Eu trabalho no Imip e no Hospital Getúlio Vargas. No Imip, temos recebido na UTI ou estamos recebendo pacientes que vão para a enfermaria. Uma outra enfermaria está sendo transformada em UTI. Mas, se você olhar no mundo, a maioria dos pacientes que tem síndrome respiratória grave não é Covid. Aqui no Recife, eu diria que 80% dos pacientes que estão graves não são Covid. São H1N1 ou complicação de doenças respiratórias ou outros vírus. Foram internados nesse contexto, testados e deram negativo.
São ameaças que sobrecarregam o sistema?
Sim, este é o maior problema. O maior problema não é a Covid em si. É que o sistema já é sobrecarregado por natureza. Só que, no H1N1, em geral a pessoa que é grave se recupera em uma semana ou dez dias. O paciente grave da Covid precisa de 20 ou 30 dias para recuperação. Se você olhar os números oficiais, você vai ver mais ou menos assim: são 4 mil doentes, mil e poucas mortes e o restante está se recuperando e ocupando vaga.