Brasil

Publicação da Abin sobre terrorismo é ridicularizada por internautas

12/07/16 - 09h56
Reprodução/Facebook

Uma campanha antiterrorismo da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), que alerta para roupas e mochilas "destoantes do clima" para identificar terroristas, está a gerar uma onda de indignação nas redes sociais brasileiras.

Num cartaz, a agência indica que pessoas suspeitas de terrorismo "utilizam roupas, mochilas e bolsas destoantes das circunstâncias e do clima" e "agem de forma estranha e demonstram intenso nervosismo".

A publicação na rede social Facebook da ABIN, feita a 09 de julho, tinha na manhã desta terça-feira (12) mais de 11.350 partilhamentos e 4.300 comentários.

Uma dos internautas escreveu que tem "um filho com transtorno de ansiedade", que "quando sai procura sempre roupas que o protejam" e que "parece sempre bem nervoso na rua".

Nas redes sociais, vários utilizadores aproveitaram para ridicularizar e criticar a descrição de pessoas suspeitas.

Além disso, um jornal satírico brasileiro publicou esta segunda-feira uma notícia com o titulo "Folheto da Abin contra terroristas leva à prisão de milhares de adolescentes inocentes".

Nota da Abin

Em resposta às críticas, a organização explicou, numa nota colocada na rede social, que o cartaz faz parte da campanha de segurança para os Jogos Olímpicos 2016, que decorrem no Rio de Janeiro de 05 a 21 de agosto.

O evento decorre durante o inverno brasileiro, quando as temperaturas descem um pouco.

Frisando que "o trabalho de prevenção é dificultado por não haver descrição, perfil ou comportamento" para identificar facilmente um terrorista, a ABIN sublinhou, contudo, que "a combinação de pequenos indícios pode ser evidência de comportamento associado à intenção de prática terrorista".

"O uso de roupas inadequadas ao clima ou o nervosismo extremo de um cidadão não consistem, isoladamente, em motivo para suspeita. No entanto, combinados com outros elementos aparentemente insignificantes e não merecedores de atenção, podem, de fato, representar alerta para as forças de segurança", lê-se no texto.

Entre os elementos, a agência exemplificou "a realização de fotografias dos sistemas de segurança de locais públicos, a presença de odores fortes de substâncias estranhas, a tentativa de ingresso em locais restritos a pessoal de segurança, entre outros".