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Renildo: caso chocou o país e foi denunciado à Anistia Internacional

12/11/15 - 21h26

Caso teve repercussão internacional (Crédito: Reprodução TV Pajuçara)

Caso teve repercussão internacional (Crédito: Reprodução TV Pajuçara)

Nesta quinta-feira, 12, o fazendeiro José Renato Oliveira, de 80 anos, apontado como autor intelectual no assassinato do vereador da cidade de Coqueiro Seco, Renildo José dos Santos, se entregou à Justiça, 22 anos após o crime que chocou Alagoas, o Brasil, chegando a ter repercussão internacional.

Em 10 de março de 1993, Renildo José dos Santos, 29 anos, foi arrancado de casa, sequestrado por policiais e inimigos políticos e morto de forma bárbara. Ele foi espancado e teve as orelhas, nariz e língua cortados, as unhas arrancadas e, depois, os dedos cortados.

Além disso, suas pernas foram quebradas, ele foi castrado e teve um objeto introduzido no ânus. Levou tiros nos dois olhos e ouvidos e, para dificultar o reconhecimento do cadáver, os autores atearam fogo em seu corpo e o degolaram. O corpo foi encontrado no dia 16 de março, e a cabeça, separada, foi encontrada boiando em um rio.

Caso denunciado à Anistia Internacional

O caso foi denunciado à Anistia Internacional. Em janeiro de 1994 ele constou em seu relatório sobre "violações dos direitos humanos dos homossexuais".

 

O julgamento foi adiado onze vezes, ocorrendo somente em 2006, treze anos após o crime. Três dos acusados foram condenados. O primeiro julgamento ocorreu nos dias 30 e 31 de maio de 2006. 

 

Foram condenados 2 dos reus.  A pena fixada foi de 18 anos e seis meses de reclusão para os dois acusados.

 

O outro julgamento se deu em 26 de julho de 2006. Foi julgado e condenado o autor intelectual do crime. A pena fixada foi de 19 anos de reclusão.

 

Todos obtiveram o direito de permanecer em liberdade até que a sentença transite em julgado (não haja mais possibilidade de recurso), pois assim estiveram durante todo o período.

 

Caso emblemático, Renildo motivou criação de prêmio de Direitos Humanos

 

Prêmio Renildo José dos Santos de Direitos Humanos foi instituído em março de 2001 pelo Grupo Gay de Alagoas em parceira com o Fórum Permanente Contra a Violência e a Articulação de Jovens de Alagoas com a finalidade de criar um memorial ao ex-vereador Renildo José dos Santos, barbaramente esquartejado e assassinado em 1993 no município de Coqueiro Seco (AL), crime que teve repercussão internacional e forte apelo por justiça junto à comunidade local e entre os grupos de direitos humanos e gay.


O prêmio é uma simbólica homenagem às pessoas que têm contribuído significativamente para instaurar a cidadania no Brasil, comprometendo-se com ideais humanitários de Justiça e Igualdade de direitos e oportunidades para todos, sem discriminação de credo, raça ou opção sexual.

Já foram agraciados o embaixador do Brasil na ONU Luiz Felipe Seixas Correa; o Ministro dos Direitos Humanos Nilmário Miranda; a museóloga Carmém Lúcia Dantas; a novelista Glória Perez; o jornalista Ricardo Mota; o jornalista Bartolomeu Dresch; na categoria defesa da Paz, o Arcebispo de Maceió, Dom Antonio Muniz; na categoria Direitos Humanos e Institucionalidade, o Procurador Geral de Justiça de Alagoas Coaracy Fonseca; na categoria defesa dos direitos econômicos, sociais e culturais, a Central Única dos Trabalhadores – CUT; e na categoria defesa da identidade cultural, a líder dos povos indígenas de Alagoas, a índia Maninha Xucuru Cariri; dentre outras importantes personalidades locais e nacionais que têm se destacado na promoção e defesa dos direitos humanos.




Fonte: Da redação com memoriamhb e Wikipédia