Economia

Sefaz: 'congelamento do ICMS não impede novo reajuste de combustível'

Da redação, com assessoria | 29/10/21 - 17h42
Secretário da Fazenda, George Santoro diz aguardar uma solução definitiva do governo federal | Assessoria

Formado por secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou, nesta sexta-feira (29), o congelamento do valor do ICMS cobrado sobre os combustíveis por 90 dias. Até 31 de janeiro de 2022, o valor do imposto não vai mudar no país. Em Alagoas, o secretário de Estado da Fazenda, George Santoro, não recebeu a notícia com otimismo. Para Santoro, a medida não é o bastante para impedir novos reajustes.

“Não será uma medida suficiente para impedir novos reajustes dos combustíveis no país, mas, sim, uma contribuição dos estados para não penalizar ainda mais o consumidor, que vem sendo diretamente afetado pela política de preços da Petrobras. Essa decisão é defendida por todos os secretários da Fazenda e, agora, vamos levá-la ao Senado. Mas precisamos também cobrar um posicionamento da Petrobras, para que adote medidas a fim de evitar novas altas no preço”, afirma o secretário.

O convênio manterá inalterado os valores do preço móvel ponderado fixo (PMPF) ou da margem de valor agregada dos combustíveis apresentadas no “Ato COTEPE”, vigente em 1º de novembro de 2021. Santoro destaca que, após muitas discussões técnicas, Alagoas apresentou proposta substitutiva para o congelamento do PMPF, que foi aperfeiçoada pelo Comsefaz e aprovada no Confaz. 

O Comitê de Secretários de Fazenda dos Estados e Municípios (Comsefaz), por sua vez, reforça que a iniciativa é um gesto de cooperação e sensibilidade dos entes federados diante das dificuldades que a escalada de elevações de preços de combustíveis traz à população e ao setor produtivo brasileiro, em detrimento da economia do país.

“O esforço dos estados é empreendido com a consciência de que a medida não será a solução adequada ou definitiva para esse fenômeno de alta de preços, que, se não for enfrentado na sua causa, ou seja, pela revisão do equívoco que é a Política de Paridade Internacional adotada a partir de 2016, os graves problemas estruturais provocados pelo descontrole dos preços continuarão a afligir o país”, diz a nota do Comsefaz.

O Comsefaz explica, ainda, que nenhuma das variáveis dependentes do preço do combustível poderia ou poderá solucionar a questão, mesmo que se fixasse, como está sendo feito com impostos estaduais, também os impostos federais, os valores dos fretes e as margens de distribuição e do lucro dos varejistas.

“Essas medidas todas ainda seriam paliativas, uma vez que o descolamento atual dos preços em relação ao custo de produção continua a majorá-los, privilegiando acionistas com lucros recordes, em detrimento do cidadão brasileiro, que deixa de ser beneficiado pela riqueza nacional de um recurso natural do país”, pontua o comitê.

As Fazendas estaduais, reforça a Sefaz, vêm colaborando com a renúncia de suas próprias receitas para auxiliar a superação da crise enfrentada no país, “aguardando uma solução definitiva do governo federal para o desafio que tende a comprometer o bem-estar da população e os setores produtivos da economia brasileira”.