Sociedade Anônima de Futebol (SAF) transforma clubes em empresas

Publicado em 16/04/2025, às 15h03
Imagem Sociedade Anônima de Futebol (SAF) transforma clubes em empresas

Por Assessoria

Uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) oferece aos clubes de futebol brasileiros uma estrutura empresarial, permitindo maior profissionalismo e sustentabilidade financeira. Com a transição para SAF, os clubes deixam de ser associações sem fins lucrativos e passam a operar como empresas, atraindo novos investimentos.
As Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) surgiram com a Lei 14.193/2021, permitindo que clubes de futebol no Brasil adotassem uma estrutura empresarial. Essa nova estrutura permite que times deixem de ser apenas paixões e se tornem empresas viáveis. A mudança é uma oportunidade para repensar a gestão do futebol com as características do mundo corporativo.
De acordo com o advogado especialista em recuperação judicial Victor Lages, a constituição de uma SAF pode se dar de várias maneiras. “Pode ser feita uma cisão do departamento de futebol, pega tudo aquilo que aquele clube associativo tem ligado ao futebol e constitui ações, ou seja se cria uma nova empresa e emite ações, podendo transferir parcialmente alguns ativos”, explica.
O modelo de SAF já foi adotado por diversos clubes brasileiros, como Botafogo, Cruzeiro e Vasco, que passaram a operar sob a forma de empresas com um regime de tributação e governança adaptados à realidade do esporte.
“Em termos gerais o futebol brasileiro ainda vive um amadorismo. Quando não se tem uma organização financeira bem definida isso pode trazer uma série de consequências. Com a SAF os times profissionalizam essas questões e passam a ter um modelo empresarial com uma governança assertiva”, observa o advogado.
A SAF transforma o clube de futebol em uma empresa com regras mais rígidas de governança e mais opções de financiamento. A principal diferença entre um clube tradicional e uma SAF está na gestão e na estrutura financeira. Enquanto os clubes tradicionais são associações civis sem fins lucrativos, as SAFs são empresas com fins lucrativos e responsabilidade limitada.
Mas muitas vezes o torcedor acaba temendo a mudança. “O maior temor do torcedor é saber que o clube vai ter um dono e ele vai fazer o que quiser, mas o legislador teve esse cuidado. Dentro de uma SAF não existem alguém que seja 100% dono e o clube associativo sempre fica com 1% de ações que garante o poder de veto para algumas questões como alteração da camisa, do escudo ou do nome. Isso garante aquela manutenção da paixão e do afeto do torcedor por aquele clube”, exemplifica Lages. 
Além disso, a SAF oferece mais flexibilidade para buscar investimentos externos, como os fundos internacionais, e facilita a atração de grandes patrocinadores e investidores, enquanto os clubes tradicionais enfrentam restrições maiores em termos financeiros e operacionais.

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