Contextualizando

S.O.S. Forró - antes que seja tarde

Em 27 de Junho de 2025 às 08:30

Hoje é o último dia da programação do São João Massayó em Jaraguá - o encerramento está anunciado para amanhã e depois, no Polo Benedito Bentes - e o prefeito João Henrique Caldas (PL) festeja a grande presença de público e os efeitos positivos para a economia, o que é fato.

Por outro lado, JHC é alvo de questionamentos pelo conteúdo do evento, que seguiu a infeliz tendência em todo o Nordeste - com raríssimas exceções - ao privilegiar grupos musicais de cachês caríssimos e ritmos que nada têm a ver com a tradição cultural da nossa região.

Os forrozeiros autênticos mais uma vez ocuparam espaço secundário, proporcional aos valores dos irrisórios cachês para os seus trios de pé de serra.

A situação neste ano de 2025 chegou a tal ponto nos eventos bancados por prefeituras nordestinas que em Petrolina, Sertão pernambucano, no palco da abertura dos festejos juninos não havia sequer uma sanfona, como foi denunciado nas redes sociais.

As mesmas redes sociais também divulgaram Brasil afora imagens da apresentação, em Maceió, de Pablo Vittar, propagando músicas totalmente fora do contexto que identifica, por tradição, a festa de São João no Nordeste.

E também em Maceió ganhou destaque o cantor Wesley Safadão, ao sugerir a candidatura do prefeito JHC a governador, reafirmando uma tendência política que já existe e de certa forma retribuindo o excelente cachê que lhe foi pago - R$ 1,2 milhão por duas horas de apresentação.

Enquanto esse "é dando que se recebe" prevalecer em períodos de Carnaval e São João nordestinos, nossas tradições culturais vão perdendo mais espaço, até, quem sabe, sanfona, tiângulo e zabumba virarem peças de museu.

Infelizmente, essa é a tendência, se algo não for feito com urgência para mudar a mentalidade dos gestores que só têm pensado em voto e dinheiro.

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