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STJ afasta Witzel do cargo de governador do RJ; Pastor Everaldo é preso

UOL | 28/08/20 - 07h16
EBC

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou o afastamento imediato de Wilson Witzel (PSC) do cargo de governador do Rio de Janeiro devido a suspeitas de fraude em compras na área da saúde durante a pandemia do coronavírus.

Já o presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, foi preso depois de mandado também expedido pelo STJ. Ele era esperado pela Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), na próxima semana, onde iria prestar depoimento à Comissão Especial que apura irregularidades durante a pandemia do coronavírus.

A Polícia Federal está nas ruas do Rio de Janeiro para cumprir outros mandados. Ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Lucas Tristão, é mais um alvo de operação da PF (Polícia Federal) na manhã de hoje.

Não há mandado de prisão contra o governador. Homens da PF estão no Palácio Laranjeiras e cumprem mandados de busca e apreensão contra a primeira-dama Helena Witzel.

Com o afastamento, o vice-governador Cláudio Castro assume o cargo.

Em nota, a defesa de Wilson Witzel diz que a decisão "desrespeita a democracia". "Ministro Benedito (Gonçalves, do STJ) desrespeita democracia, afasta governador sem sequer ouvi-lo e veda acesso aos autos para defesa. Não se esperava tais atitudes de um Ministro do STJ em plena democracia", diz a nota.

Já a defesa de Pastor Everaldo disse que o presidente do PSC "sempre esteve à disposição das autoridades e reitera a sua confiança na Justiça".

Operação Placebo

Em maio, Wilson e Helena Witzel foram alvos da Operação Placebo, que colocou o escritório de advocacia da primeira-dama no centro das investigações. Ela teria recebido pagamentos de empresa pertencente a dois presos pela Lava Jato - ambos apontados como operadores do empresário Mario Peixoto.

Conforme consta na decisão do STJ, o escritório de Helena recebeu honorários advocatícios da empresa DPAD Serviços Diagnósticos, cujo nome fantasia é Rioslab. Registros da Receita Federal mostram que a empresa formalmente pertence a Alessandro Duarte, apontado como operador financeiro do empresário Mario Peixoto, e a Juan Neves, citado pelo MPF (Ministério Público Federal) como contador do esquema criminoso.

Com diversos contratos com o governo fluminense, Mario Peixoto também foi preso pela Lava Jato.