Polícia

Sumiço de alagoanos entre SP e Recife: Delegado detalha passo a passo

Delegado detalha passo a passo sobre sumiço de alagoanos que viajavam de ônibus

Paulo Victor Malta | 07/06/24 - 14h07
Junior Silvino da Silva e Erivaldo Clemente da Silva estão desaparecidos | Divulgação / Arquivo pessoal

O desaparecimento de dois alagoanos durante uma viagem de São Paulo com destino a Recife segue sendo investigado pela Polícia Civil de Alagoas (PC-AL). Junior Silvino da Silva e Erivaldo Clemente da Silva estão sumidos desde o dia 9 de maio. Nesta sexta-feira, 7, a polícia revelou que um deles é suspeito de importunação sexual contra uma passageira, durante uma parada em uma churrascaria, em São Gonçalo do Sapucaí (MG), na madrugada daquele dia 9. 

O delegado João Marcello, da Delegacia de Anti-sequestros, afirmou que um boletim de ocorrência foi registrado pela passageira.  

"No momento da confusão, todos estavam fora do ônibus. Como teve aquela comoção e revolta, eles (alagoanos) se evadiram do local. Tanto que nem subiram no ônibus para pegar a bagagem de mão, que estava na parte superior do ônibus. Acho que temendo represálias, eles não entraram mais no ônibus e sumiram. Os motoristas relatam que aguardaram cerca de 45 minutos o retorno dos dois. Como eles não voltaram, o ônibus seguiu viagem. O último destino da vítima foi no estado de Sergipe, inclusive, ela fez o B.O. por importunação sexual na capital de Sergipe, que foi remetido para Minas Gerais. E também estamos compartilhando nossas informações com a polícia mineira, bem como solicitando diligências à polícia mineira no sentido de localizar a dupla de desaparecidos", contou o delegado ao Fique Alerta.

Veja abaixo detalhadamente o passo a passo seguido pela polícia de Alagoas. Acompanhe o que disse o delegado João Marcello sobre tudo o que envolve o desaparecimento:

Desencontro de informações - "No início, as informações estavam muito desencontradas. As famílias diziam uma coisa, outras pessoas diziam outra, não sabíamos exatamente o ponto em que eles teriam desaparecido. Agora temos essa certeza, que foi na cidade de São Gonçalo de Sapucaí, no interior de Minas Gerais, e a polícia de lá vai fazer diligências no sentido de localizá-los", disse o delegado Delegado João Marcello. 

Interceptações - "A PC está fazendo todo tipo de diligência no sentido de encontrá-los, tanto em questões de interceptação telefônica quanto sigilo bancário para saber se as contas deles estão sendo utilizadas ou não", complementou o delegado

Linha de investigação - "Ainda não podemos descartar nada. Temos esperança que eles estejam vivos em algum local. Eles são pedreiros, podem ter conseguido algum trabalho na região. Também trabalhamos com o pior, mas não podemos adiantar nesse sentido. Vamos torcer para que ambos estejam vivos". 

Empresa de ônibus - "Desde o início a empresa de ônibus Catedral não colabora em nada com a investigação. Não responde se tem imagem ou não do interior do ônibus. Não responde sobre o destino da bagagem, se tinha bagagem ou não. Soubemos através dos motoristas que as bagagens de mão deles ficou no ônibus. O destino final do ônibus era em Recife, a empresa Catedral não fala em nenhum momento se as bagagens chegaram a Maceió ou Recife, ou qual foi o destino final dela". 

"Esperávamos o mínimo de colaboração com a polícia e a consideração com a família. Se a empresa decide não colaborar com a polícia, que pelo menos desse uma satisfação aos familiares, nem isso eles dão". 

Desdobramento - Delegado João Marcello: "A gente pretende tanto indiciar o responsável pelas informações por desobediência e bem como representar judicialmente para uma busca e apreensão ou outra medida cautelar que se faça necessária. Podemos fazer uma comunicação formal também junto à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para apurar esse tipo de procedimento adotado pela empresa". 

A reportagem não conseguiu contato com a empresa de ônibus Catedral, mas deixa o espaço aberto para o devido posicionamento.