Economia

Supermercados parcelam venda de ovos de Páscoa

26/02/18 - 19h37
Sérgio Carvalho/Folhapress

Passado o Carnaval, os supermercados já começaram a vender ovos de chocolate para a Páscoa, uma das principais datas para o comércio brasileiro. Para impulsionar as vendas, as redes varejistas oferecem de parcelamento a descontos.

Os consumidores de Extra e Pão de Açúcar, ambas do Grupo Pão de Açúcar (GPA), podem encontrar os produtos nas prateleiras desde 15 de fevereiro, logo após o Carnaval. O Extra está parcelando as compras de ovos de Páscoa em até 10 vezes sem juros. No Pão de Açúcar, o consumidor pode parcelar em até 3 vezes. No Carrefour, clientes tinham 50% de desconto na compra do segundo ovo neste fim de semana.

A expectativa das redes que as vendas de ovos de Páscoa aumente 15% na comparação com o ano passado.

Segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados) o consumidor estava contido para gastar em 2017. Neste ano, as vendas de ovos de Páscoa devem registrar alta de 4% a 5%.

“Em 2017, tivemos a Páscoa do início da recuperação do consumo. Ainda tínhamos um ambiente político complicado, com grande desconfiança e o consumidor não tinha a segurança para gastar dinheiro”, disse a CEO e especialista em varejo da AGR Consultores, Ana Paula Tozzi.

Para ela, o crescimento de vendas na Páscoa deve ser de 3% a 6%, em comparação com o ano passado. A inflação baixa, a percepção de um PIB positivo, a recuperação do emprego e o índice de confiança do consumidor foram os fatores apontados para a expectativa positiva. “O Natal também foi bom, representa uma recuperação importante e carrega otimismo para a Páscoa de 2018.”

Ainda assim, os supermercados vão precisar reforçar a experiência de compra se quiserem atrair mais consumidores. “Com a crise, comprar chocolates ficou chato, perdeu-se a ideia de ‘eu mereço um pedaço de chocolate’. O que precisamos é trazer o encantamento de novo, o mundo encantado do coelho, da Páscoa. Os supermercados já estão trabalhando com essa questão, não é mais só pendurar o ovo e trazer o personagem da Disney”, afirmou Ana Paula Tozzi.

Neste ano, a previsão é de que os produtos de chocolate fiquem, em média, 3% mais caros, segundo a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados).

Segundo Ana, mesmo com a alta nos preços, os consumidores vão sentir menos a sensação de que os ovos ficaram mais caros. Os fatores que mais influenciam no valor do produto são a embalagem, mão-de-obra, licenciamento do produto e o próprio chocolate.

Com a melhora econômica, os clientes não vão mais substituir os ovos de Páscoa pelas barras de chocolate. “Neste ano, as pessoas vão se dar ao luxo de comprar. Não acredito que vai ter a substituição. As indústrias aprenderam a criar uma experiência diferenciada. Uma coisa é comprar um ovo de chocolate da Kopenhagen, outra é comprar uma barra de chocolate”, disse Ana.

Para quem produz ovos de Páscoa caseiros, o ano também deve ser positivo. “Quem faz esses ovos também vai precisar diferenciar o produto, mesmo que for na forma de embalar. A grande dificuldade é criar esse encantamento”, diz Ana.

Emprego temporário

Os profissionais que buscam emprego temporário nesta época do ano podem encontrar dificuldades, o número de vagas diminuiu em relação aos anos anteriores, serão 23.000 oportunidades de emprego. Em 2017, foram criados 25.000 postos e outras 29.000 vagas em 2016.

Mesmo assim, o volume de empregos deste ano é considerado positivo pela Abicab. Segundo a associação, o número demonstra “um leve sinal de retomada do mercado”. De acordo com a entidade, o número de empregos registrado em 2018 foi 5,9% menor que nos seis meses que antecederam a Páscoa de 2017.

Já no comparativo de 2017 com 2016, o volume de vagas temporárias havia apresentado um declínio mais significativo, de 15%.