Foi preso na tarde desta segunda-feira (30) Jorge Tadeu Gomes Alves, suspeito de ser o mandante do sequestro da própria esposa, Adriana Rogério da Rocha, ocorrido no último dia 23. Ele, que estava foragido, se apresentou ao delegado Thiago Prado, da Deic, acompanhado dos advogados. Durante o depoimento, ele se recusou a responder perguntas.
A mulher foi localizada um dia depois do sequestro após um suspeito ser preso, na cidade do Pilar, e apontar o local do cativeiro, na operação que envolveu a Deic, com apoio do setor de Inteligência da PM e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. Um outro suspeito entrou em confronto com a polícia e acabou morto. Segundo a polícia, o sequestrador morto é suspeito de praticar dez homicídios na região do Pilar.
Jorge Tadeu, em depoimento à polícia antes de ser apontado como o mandante do crime, chegou a indicar a localização onde Adriana estaria antes de ser sequestrada "em uma estratégia de falsidade tremenda, tentando enganar a polícia", como classificou o delegado Thiago Prado.
Ela tinha combinado com um corretor para visitar um apartamento na Gruta de Lourdes, no entanto, o corretor fora indicado pelo marido, e se tratava na verdade de um dos criminosos contratados por ele. Adriana telefonou para o criminoso e marcou o encontro, mas acabou sendo sequestrada. O marido tinha interesse no valor da venda do imóvel que pertencia a mulher.
No carro, ela encontrou o próprio marido, que lhe revelou o plano criminoso. "A vítima confirma que o marido estava no carro e contou que ela estava sendo sequestrada por conta de uma suposta traição, mas isso seria pano de fundo para um interesse patrimonial. Era uma emboscada", revelou Prado durante entrevista à imprensa no último dia 25.
Três presos e um morto em confronto
José Mirosmar Duarte dos Santos, de 24 anos, Walisson dos Santos Porfírio, de 23, e Kenedy Gomes da Silva, também de 23 anos, foram presos suspeitos de sequestrar a mulher. Eles, junto com Fabrício Queiroz da Silva, de 20 anos, que morreu em confronto, foram os responsáveis por manter Adriana no cativeiro.
Crimes em Sergipe
Thiago Prado disse também que o grupo contratado pelo marido Jorge Tadeu pode ser envolvido em assaltos em rodovias em outros estados, incluindo Sergipe.
“Em um dos veículos localizados próximo ao local onde o veículo da vítima foi encontrado, encontramos documentos de pessoas de Sergipe, o que leva a suspeita de que esse grupo criminoso utilizava o local como esconderijo e praticou outros assaltos em rodovias e talvez até no estado de Sergipe, mas isso ainda vamos identificar. Temos elementos de autoria e materialidade dos dois foragidos e os presos confessaram a participação no crime”, disse o delegado.
Nota oficial da Polícia Civil
Em nota à imprensa, a polícia informou que Jorge pode ser condenado a mais de 25 anos de prisão. Confira a nota na íntegra:
NOTA À IMPRENSA
A Deic informa que na tarde de hoje JORGE TADEU GOMES ALVES, 43 anos, apresentou-se a esta autoridade policial, devidamente acompanhado de advogados. Ao longo dos últimos dias, inúmeras diligências para captura-lo foram realizadas pelas equipes, o que contribui para que o réu se entregasse. Em depoimento, o investigado fez uso do direito constitucional ao silêncio e não respondeu a nenhuma pergunta. Doravante o inquérito policial segue para a fase final e JORGE TADEU pode ser condenado por pena que ultrapassa 25 (vinte e cinco) anos de prisão.
