Mundo

Trump estuda acordo temporário para "sonhadores" em troca de fundos para muro

14/03/18 - 18h30

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está aberto a chegar a um acordo que proporcione uma solução migratória temporária para milhares de jovens imigrantes ilegais que chegaram crianças aos EUA, beneficiados pelo p Programa de Ação Diferida para os Chegados na Infância (Daca, na sigla em inglês) e conhecidos como “dreamers” (sonhadores). O acordo seria em troca de fundos para construir o muro na fronteira com o México, disse hoje (14) à Agência EFE uma fonte da Casa Branca.

Funcionários do governo estão negociando com o Congresso uma solução "bipartidária" para os temas dos "sonhadores" e do muro, que poderia ser aderida a uma lei orçamentária que os legisladores devem aprovar antes de 23 de março.

"O presidente está buscando uma solução permanente (para os "sonhadores") e está disposto a negociar um acordo que possa nos levar a um primeiro passo", afirmou a fonte da Casa Branca, que pediu o anonimato. "O importante é poder chegar a um acordo que dê uma certa estabilidade, tanto para o Daca como para o muro", acrescentou.

Extensão

Segundo o jornal "The Washington Post" Trump está disposto a considerar uma extensão durante dois ou três anos do programa Daca, que protege os "sonhadores" da deportação, em troca de uma quantia não especificada de fundos para o muro.

Esse esquema deixaria de lado dois pontos que até agora Trump exigia: cancelar a "loteria de vistos para a diversidade", que atribui 50 mil permissões de trabalho nos EUA por ano; e impor impedimentos à reunificação familiar dos imigrantes legais no país.

Esses dois pontos foram os que mais resistência geraram entre os democratas em fevereiro, quando o Congresso e a Casa Branca tentaram sem sucesso chegar a um acordo para substituir o Daca, impulsionado em 2012 pelo ex-presidente Barack Obama.

Trump propòs então uma via para dar a cidadania para 1,8 milhão de jovens imigrantes ilegais - mais que os 690.000 "sonhadores" do Daca - em troca das citadas reformas à imigração legal e de US$ 25 bilhões em uma década para erguer o muro com o México e reforçar a fronteira.