O juiz italiano Giovanni Falcone, apontado por Sergio Moro como sua inspiração para deixar a toga e assumir cargo no governo, foi um dos responsáveis por deflagrar a Operação Mãos Limpas no país e trabalhou contra a máfia siciliana Cosa Nostra. Reconhecido internacionalmente, recebeu prêmios por sua imparcialidade. Foi ele quem convenceu o mafioso Tommaso Buscetta a romper o código de silêncio da organização, em uma confissão registrada em 329 páginas. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-1'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-13');Deflagrada em 1992, a Mãos Limpas revelou um grande esquema de corrupção envolvendo vários partidos na Itália. Considerada uma das maiores operações anticorrupção já realizadas na Europa, a investigação levou cerca de 3.000 pessoas à cadeia e investigou empresários, ministros e cerca de 500 parlamentares. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-2'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-4'); Falcone dirigiu os grandes julgamentos nos anos 80, com mafiosos apresentados dentro de jaulas, no fundo de salas construídas especialmente para estes processos, em Palermo. Centenas deles foram sentenciados à prisão perpétua. Mas a operação também levou a uma série de suicídios de empresários e ao assassinato de Falcone, aos 53 anos, e de sua mulher, a também magistrada Francesca Morvillo. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-3'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-6'); Em 1992, o carro onde estavam o juiz e sua mulher explodiu ao passar por uma estrada que foi dinamitada por explosivos. Três guarda-costas também morreram. Giovanni Brusca, por ordem de Salvatore Totò Riína, ativou o detonador dos mais de 400 quilos de explosivos escondidos sob a estrada de Trapani a Palermo. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-4'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-8'); Em pouco tempo, os assassinos de Falcone foram presos e levados a julgamento. As provas obtidas contra eles levaram a novas descobertas e outras prisões. Aos poucos esse impulso foi arrefecendo. A razão seria o desejo da classe política de colocar um fim aos muitos escândalos que a atingiram. Em mensagem aos magistrados da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) em que revela ter se inspirado em Falcone, Moro diz que foi uma decisão muito difícil, "mas ponderada". "Lembrei-me do juiz Falcone, muito melhor do que eu, que depois dos sucessos em romper a impunidade da Cosa Nostra, decidiu trocar Palermo por Roma, deixou a toga e assumiu o cargo de Diretor de Assuntos Penais no Ministério da Justiça, onde fez grande diferença mesmo em pouco tempo. Se tiver sorte, poderei fazer algo também importante", escreveu.