Mercado de Trabalho

Veja ranking com as 16 funções que mais perderam vagas com a pandemia

TNH1 com informações da Agência Senado | 19/07/20 - 07h22
Empresas de varejo e serviços estão entre as mais afetadas pela crise | Foto: Guilherme Gandolfi/ Agência Senado

A pandemia trouxe à reboque uma crise financeira mundial. Se por um lado portas fechadas é sinônimo de isolamento social e prevenção ao novo coronavírus, de outro as empresas não suportaram a crise e milhares de postos de trabalho foram fechados. 

No Brasil, 1,15 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada foram fachadas entre janeiro e maio de 2020. Os dados são da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, divulgadas pela Agência Senado, 

O pico dos fechamentos das vagas aconteceu no mês de abril, com 903 mil postos de trabalho a menos. 

No período, 180 mil vagas de vendedor do comércio varegista foram fechadas, ficando no topo da lista. Outras 45 mil vagas de atendente de lanchonete também foram encerradas. A lista continua com auxíliar de escritório na terceira posição desse ranking negativo, com 43 mil vagas fechadas. 

Confira o rankig com as 16 funções que mais perderam vagas em 2020. 


A partir da previsão de uma catástrofe, organismos internacionais e especialistas recomendam gastos com programas que preservem empregos, ajudem os mais pobres e estimulem de alguma forma a economia que despencou com a crise sanitária mundial.

Resultados

O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Pemer), como foi intitulado, tem cumprido o seu papel. As regras para os acordos entre empregados e empregadores possibilitaram a preservação de quase 12 milhões de empregos, segundo os últimos dados do Ministério da Economia. Mesmo assim, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registra que cerca de 1,5 milhão de empregos formais foram perdidos no trimestre terminado em maio.

A deterioração do mercado formal, entretanto, teria sido bem maior sem o Pemer, que vai vigorar até 31 de dezembro de 2020, ou seja, enquanto o estado de calamidade pública (Decreto Legislativo 6/2020) estiver em vigência. É o que avaliam tanto representantes de empresários quanto de trabalhadores:

— A medida surtiu efeito. Não posso quantificar. Mas conheço muitas empresas, especialmente da área de serviços, como restaurantes, academias, salões de beleza, que se utilizaram da MP. Algumas suspenderam os contratos por um a dois meses. Agora, nesse retorno, puderam contar com seus empregados, alguns deles formados e treinados pelas próprias empresas — relata o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), que foi empresário por 40 anos e se declara otimista com as perspectivas do país.

Quem paga o benefício emergencial instituído pelo Pemer é a União. Em nota técnica divulgada no dia 6 de julho, a Instituição Fiscal Independente (IFI) estima que, pelas regras originais da MP 936 para acordos com duração até no máximo 90 dias, o custo para os cofres federais seria de R$ 26,1 bilhões. O valor liberado ainda está bem abaixo desse montante. Até 9 de julho, era de R$ 15,2 bilhões, pelos dados disponíveis no site do Tesouro Nacional.

Segundo o analista da IFI Alessandro Casalecchi, autor do estudo, há recursos para o governo prorrogar o benefício. O crédito extraordinário aberto no Orçamento da União é de R$ 51,6 bilhões. Se for estendido por mais 30 dias, o custo será de R$ 35 bilhões. Subirá a R$ 43,8 bilhões, se valer por 60 dias. E só ultrapassará os recursos orçados se for estendido a 90 dias, atingindo R$ 52,6 bilhões.

— Não é hora de vender desgraça. Nós estamos fazendo o dever de casa. É claro que a pandemia preocupa muito. Mas o brasileiro está aprendendo a lidar com as dificuldades — avalia, em entrevista à Agência Senado, o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), empresário do segmento de alimentação e bebidas não alcóolicas.

Ele foi relator da Medida Provisória 936, publicada em abril desse ano, que viabilizou a redução da jornada de trabalho, dos salários e a suspensão temporária dos contratos trabalhistas. No último dia 6 de julho, depois de aprovada no Congresso, a MP foi sancionada com 13 vetos pelo presidente Jair Bolsonaro e transformada na Lei 14.020/2020, publicada no dia seguinte no Diário Oficial da União (DOU).

Em Maceió, cerca de 200 lojas do Centro devem decretar falência 

De acordo com a Aliança Comercial, cerca de 200 lojas localizadas do Centro podem não reabrir mais as portas nessa retomada das atividades na capital alagoana. 

Segundo a entidade, as empresas não suportaram o período em que estiveram fechadas e devem decretar falência. Ainda segundo a Aliança, 86% dos empresários ouvidos pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) relataram que sofreram prejuízos. Desses, 46% se preparam para fechar as portas dos estabelecimentos.

“São 110 dias parados e não são todas as empresas que conseguem suportar. Lamentamos enquanto entidade, sobretudo pela redução de postos de trabalho”, frisou o presidente da Aliança Comercial de Maceió, Guido Júnior, em entrevista ao programa Cidade Alerta Alagoas, da TV Pajuçara Record TV