Quem passou pelas proximidades da Lagoa da Anta, que separa os bairros de Jatiúca e de Cruz das Almas, em Maceió, na manhã desta quinta-feira, 04, se deparou com um forte odor causado pela presença de dezenas de peixes mortos, ainda boiando na água, por falta de oxigênio. Não há informações sobre o dia em que os animais começaram a aparecer, nem sobre o início do mau cheiro.
Em um vídeo enviado ao TNH1, é possível observar que os peixes se encontram na superfície sem nenhuma reação. De acordo com o Instituto do Meio Ambiente (IMA), a ausência da água do mar pode ter provocado a morte do pescado, pois como se trata de um local fechado, é preciso, por vezes, uma abertura para que a água entre para renovar a carga orgânica.
"O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) esclarece que a mortandade de peixes na Lagoa da Anta é recorrente por motivos ambientais cíclicos. A água da Lagoa permanece confinada a maior parte do tempo, sendo depósito de matéria orgânica em seu fundo; e durante o período de ventos intensos, há um revolvimento que desencadeia na queda de oxigênio, além da proliferação de fitoplânctons – seres que realizam fotossíntese pela manhã e consomem oxigênio à noite", mostra trecho da nota enviada à reportagem.
Ainda segundo o IMA, a reabertura do canal da Lagoa da Anta com o mar é recomendada para que haja a troca entre as águas, senão a mortandade dos peixes seguirá sendo cíclica, com períodos críticos de falta de oxigênio.
O TNH1 já entrou em contato com a Prefeitura de Maceió para saber se a recomendação do instituto vai ser seguida. Em nota, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet) informou que ainda não foi notificada oficialmente, mas que enviará uma equipe de fiscalização ao local, nesta sexta-feira (5), para apurar a situação e solicitar uma análise minuciosa da água, a fim de identificar o que ocasionou a mortandade dos peixes.
Morte de peixes na Lagoa da Anta
Não foi a primeira vez que animais apareceram sem vida no lago. Há quatro anos, pescadores que frequentavam a localidade já tinham relatado estranheza pelos peixes estarem sem força para nadar e sem reflexo, como se estivessem prestes a morrer. Na ocasião, um grupo de pessoas mergulhou e pegou o pescado com as mãos, sem dificuldade. Teve quem conseguiu pescar de 15 kg a 20 kg.
Já em 2019, uma grande quantidade de peixe foi encontrada morta na Lagoa da Anta e o motivo foi o mesmo: falta de oxigênio. Amostras da água foram colhidas à época.
