Polícia

Vídeo: vendedores de cigarros falsos em AL fingiam ser empresários de sucesso

07/07/16 - 06h25
Cortesia / MPE AL

Vida de luxo regada a muita ostentação. Assim viviam os integrantes de duas quadrilhas com atuação em Alagoas, desarticuladas pela polícia na madrugada desta quinta-feira (7).

Eles usufruíam do lucro obtido com a revenda de cigarros falsificados, não só em Maceió como em todo o interior do Estado. O faturamento por ano de uma das quadrilhas chegava a mais de R$ 1 milhão, valor sobre o qual não incidiu arrecadação de impostos, nem fiscalização.

Devido ao dinheiro fácil, os líderes das organizações viviam como empresários de sucesso, administrando empresas de fachada, a exemplo de postos de combustíveis, restaurantes e distribuidoras de bebida, tudo no nome de terceiros. Havia, inclusive, em uma das organizações, um financiador do esquema, que emprestava dinheiro para a compra da mercadoria falsificada.

Na operação, foram apreendidos veículos de luxo, lanchas e motos aquáticas. Todos esses bens teriam sido comprados e colocados no nome de laranjas, com o intuito de lavar o dinheiro adquirido com o comércio ilegal de cigarros.

Veja vídeo feito na casa de um dos acusados, onde é possível perceber carros de luxo, entre outros:

De acordo com informações do Ministério Público Estadual (MPE/AL), que lidera o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), uma das quadrilhas tinha seu distribuidor regional sediado em Lauro de Freitas/BA e revendia para os estados de Alagoas, Pernambuco, Piauí, Ceará e Paraíba. Já a segunda, tinha seu centro de distribuição em Caruaru/PE e atuava nos estados vizinhos, Alagoas e Paraíba, e também tinha negócios no Rio Grande do Norte.

Os produtos eram vendidos com notas fiscais falsas, que indicavam mercadorias diferentes daquelas que estavam sendo transportadas. Um dos integrantes do bando de Lauro de Freitas era o responsável pela confecção desses documentos, que também podiam ser vendidos separadamente da carga de cigarro, se assim os clientes desejassem.

Em Alagoas, o principal distribuidor estadual reside em Arapiraca, de onde revendia o produto do crime para outras cidades do interior e para compradores da Capital. O transporte do produto para os distribuidores locais era feito em veículos de pequeno porte, carregados com, no máximo, 100 caixas de cigarros, e sempre acompanhados de um veículo batedor, que ia à frente do principal. Eram maneiras de evitar as fiscalizações nas estradas e se prevenir de grandes prejuízos, caso fossem abordados.