Integrantes de movimentos sociais de luta pela terra em Alagoas fazem uma marcha simbólica na manhã desta segunda-feira, na Avenida Durval de Góes Monteiro, pelo dia do trabalhador e da trabalhadora rural, celebrado neste dia 25. Como a organização do ato destacou, os manifestantes participam da Jornada de Luta em Defesa da Reforma Agrária, contra a fome e contra a miséria. A caminhada vai passar pela Avenida Fernandes Lima e segue até o Centro de Maceió.
Acampados desde a tarde de domingo (24) no Campus A. C. Simões da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), milhares de famílias Sem Terra deram início às ações da Jornada que unifica sete organizações de luta pela terra no estado: Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frente Nacional de Luta (FNL), o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento de Luta pela Terra (MLT) e Movimento Terra Livre.
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O ato desta segunda-feira faz parte de uma série de atividades em Maceió, em que posiciona a luta pela terra como fundamental para o combate à fome e à pobreza em Alagoas, com o lema “Vida digna no campo: essa é a nossa luta!”.
Com faixas e cartazes, os integrantes dos movimentos sociais ocuparam duas faixas da pista e caminharam de forma pacífica. Eles devem se concentrar, no fim do ato, na Praça dos Martírios, no Centro, ainda nesta manhã.
Encontro com o Governador - Pautando a necessidade de políticas públicas para o campo, os Sem Terra têm audiência com o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), nesta tarde, no Palácio República dos Palmares, no Centro da Cidade de Maceió. As famílias que já montam acampamento na Praça dos Martírios, realizam uma série de atividades ao longo do dia.
Agendada para as 13 horas, representantes dos movimentos mobilizados em Maceió desde ontem (24) encontram o governador Paulo Dantas para um diálogo sobre reivindicações antigas das organizações de luta pela terra de Alagoas.
Entre as principais pautas, as organizações reivindicam a retomada imediata das negociações para aquisição das terras da massa falida do Grupo João Lyra para o assentamento das famílias hoje acampadas, além do avanço das tratativas para aquisição de terras que estão com negociação paralisada no último período, aguardando somente posição do governo estadual para avançar.
“Não são pautas novas para o Poder Público de Alagoas, essas são demandas antigas dos trabalhadores e trabalhadoras rurais do nosso estado. Passa gestão e entra gestão, nossas pautas continuam na gaveta, sem nenhum avanço concreto”, comentou José Neto, da direção nacional do MST.
De acordo com Neto, a pauta com o governo leva pontos comuns aos movimentos de luta pela terra de Alagoas. “Queremos ainda dialogar com o governo estadual sobre a imediata retomada do Comitê Estadual de Mediação de Conflitos Agrários e medidas emergenciais para o campo alagoano”, destacou.
Ações de solidariedade - Ainda como parte da agenda da Jornada pela passagem do dia do trabalhador e da trabalhadora rural, os Sem Terra doam na tarde desta segunda (25) alimentos na Vila Brejal, na Zona Sul de Maceió. Cerca de 10 toneladas serão doadas somente hoje.
Também nesta segunda, os movimentos realizam um mutirão de doação de sangue na sede do Hemocentro de Alagoas (HEMOAL). As ações de solidariedade devem ocorrer a partir das 14 horas.
Debate na praça - Seguindo as atividades da tarde, o acampamento montado na Praça dos Martírios recebe a roda de conversa “Saídas à superação da extrema pobreza em um Estado periférico”, a partir das 16h30, com a presença da Professora Luciana Caetano e da Pastora Odja Barros, da Igreja Batista do Pinheiro.O debate será aberto para o público.
