Polícia

Vítimas denunciam onda de roubos de motos em estradas do Agreste alagoano

João Victor Souza | 03/06/24 - 10h35
Cortesia ao TNH1

A onda de roubo de motocicletas no município de Anadia, Agreste do Estado, tem tirado o sossego da população local. Na última semana, duas famílias foram rendidas por dois criminosos que utilizaram uma moto Honda Bros, de cor vermelha, e uma arma de fogo, para a prática dos assaltos. O foco da dupla, de acordo com as vítimas, é o roubo dos veículos.

O autônomo Cícero dos Santos foi uma das pessoas que teve a moto levada pelos assaltantes. Ele contou ao TNH1 que estava com a esposa na noite do último sábado (1º), quando, em uma estrada que liga os municípios de Anadia e Maribondo, foi rendido e obrigado a entregar o veículo.

"Eu estava saindo do povoado Tapera em 80 quilômetros quando dois rapazes passaram na minha frente, em uma moto Bros, de cor vermelha, e armados. Eu fui para o acostamento, e eles pediram para eu descer da moto. Eles levaram todos os meus pertences, três celulares, e inclusive, a moto. Depois, eles mandaram eu e minha esposa corrermos depressa, sem olhar para trás", disse.

Cícero esteve na delegacia de São Miguel dos Campos na manhã de domingo (2) para o registro do Boletim de Ocorrência. "O garupa desceu armado, de cabeça baixa, e quando eles pegaram a moto da gente saíram em alta velocidade na direção de Maribondo", reforçou a vítima.

Dois dias antes, o homem conhecido como Luciano Mototaxista foi outra vítima dos criminosos. Ele confirmou que o crime foi cometido pelos mesmos suspeitos, pois eles estavam em uma moto Honda Bros vermelha, e também teve o mesmo modo de abordagem, como também o foco principal, que era roubar a motocicleta.

"Eu fui levar um café numa fazenda, quando estava saindo, esses indivíduos colocaram a arma no meu peito e disseram: "perdeu, perdeu, desça, desça". Eu disse para ter calma, que não ia correr, aí perguntaram se eu estava armado, e eu disse que não. E aí eles me revistaram", iniciou Luciano.

"A minha esposa pediu para sair com o nosso filho. Aí a gente desceu da moto e começamos a correr porque eles mandaram. Meu filho criança ainda pediu para eles não levarem a moto, porque eu só tenho essa, mas aí eles insistiram para a gente correr e sair de lá. Eles não levaram mais nada, só a moto. Estavam muito nervosos. A gente fica com medo que a qualquer momento eles possam apertar o gatilho e a gente só receber o tiro", complementou.

Luciano destacou ainda que o assalto fez toda a família ficar amedrontada e lamentou a perda do veículo usado para o trabalho. "Fiquei muito nervoso, fui para o hospital porque minha mãe desmaiou. Ela pensou que tinha sido pior coisa. Os policiais conversaram comigo, pegaram meus documentos, e disseram que iam abrir o BO. Eu preciso da moto, porque é o meu trabalho, meu ganha-pão. A gente não deve reagir, o mais importante é a vida. Bem material a gente trabalha e consegue outro, mas a vida não", afirmou.

A reportagem entrou em contato com a polícia e a orientação foi para as vítimas continuarem a comparecer nas delegacias locais para o registro dos boletins de ocorrência. As equipes estão nas ruas e buscam os dois suspeitos.