"É uma sensação desesperadora após cada informação divulgada de um corpo encontrado à beira-mar ". Esse é o desabafo do filho de Jackson Salazar de Lima, de 17 anos, que ficou aliviado após saber que os corpos encontrados no litoral do Rio Grande do Norte, nessa quarta-feira, 1º, não são dos três amigos desaparecidos em alto-mar, após a embarcação em que estavam naufragar, há 13 dias. Aflitos, familiares e amigos aguardam notícias e nutrem a esperança de encontrar os três amigos com vida. Ao todo, quatro pessoas estavam na embarcação. Apenas uma conseguiu nadar e chegar à praia.Jackon Salazar, um dos desaparecidos, tem 41 anos e é morador do bairro Clima Bom, em Maceió. Ele vende pastel com caldo de cana e é pastor de uma igreja evangélica onde os três amigos costumam ir para exercer a fé. Jackson tem três filhos e estava há mais de três meses sem pescar. Quando saiu com os amigos naquela sexta-feira, 18, ele estava indo fazer uma das coisas que lhe dava mais prazer na vida.window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-1'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-13');"Meu pai é muito família. Ele é pastor de uma igreja aqui no bairro. Ele gostava de pescar todas as segundas. Fazer isso é uma das suas grandes paixões. Meu pai vende pastel e salgados, só pescava por esportes. No dia do acontecido, ele estava eufórico para ir com seus amigos para o mar, pois estava há mais de três meses sem fazer o que gostava. Antes dele sair, eu perguntei se ele estava levando colete e ele disse que sim. Porém, o amigo dele que sobreviveu disse que justo nesse dia o meu pai não tinha levado o colete", disse D.S, filho de Jackson.A igreja do pastor Jackson tem um diácono, ele é Railton Ferreira de Lima, de 30 anos, que também está desaparecido. Morador do bairro Village Campestre, em Maceió, Railton tem dois filhos e, dos três amigos, é o único que não sabia nadar. No dia em que desapareceu, o diácono não se despediu dos familiares, pois já era comum sua ida para a pescaria. "Railton trabalha como chaveiro e é apaixonado pela pescaria. Ele não bebe, é diácono de uma igreja. Na sexta-feira,18, ele não avisou que estava indo pescar, pois era habitual isso. Toda semana ele saía com os amigos para ir ao mar, porém ele era o único dos amigos que não sabia nadar. Há poucos meses ele e os outros dois juntaram e compraram uma nova jangada. Essa jangada era mais resistente, feita de fibra e tinha seis lugares", contou Railson Ferreira, irmão de Railton. O último dos três amigos desaparecidos é o presbítero José Valdir Simões Silvestre, de 48 anos, também morador do Village Campestre, em Maceió. Valdir é artesão de cortinas e tem dois filhos. Ele costuma ir pescar quase toda semana e esteve com a família pela última vez no Dia das Mães. "Ele gosta muito de ir pescar, já é de família. O nosso pai também era pescador e passou isso para os filhos. Meu irmão não bebe, mas sabe nadar. Ele esteve com toda a família no domingo de maio, dia 8. Saiu para pescar com os amigos da igreja, como fazia toda a semana", disse Valmir Simões, irmão de Valdirwindow._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-2'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-4'); Todos os familiares acima relataram a angústia vivida nos últimos diante da procura incessante por informações. Diante das fortes chuvas que atingiram Alagoas, os familiares disseram que as buscas tiveram que ser interrompidas.O único dos quatro amigos que conseguiu chegar à praia após o naufrágio foi Ubirajara dos Santos. Ele foi resgatado no dia 19, em Jequiá da Praia, Litoral Sul de Alagoas, após nadar por mais de 24h. De acordo como o sobrevivente, eles fizeram da embarcação virada uma espécie de ‘bote salva-vidas’ para esperar o resgate. Como era acostumado a nadar no mar, Ubirajara decidiu tentar chegar à praia e pedir socorro. Ubirajara contou também que, quando a jangada começou a afundar, todos se preocuparam com Railton, o único que não sabia nadar. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-3'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-6'); Motor de embarcação é encontrado por pescadores - De acordo com informações apuradas pelo TNH1, o motor de uma embarcação foi encontrada por pescadores em alto-mar próximo a praia do sobral, no dia 29 de maio. Procurado pela reportagem do TNH1, a Capitania dos Portos de Alagoas informou que está analisando o equipamento para identificar a embarcação pertencente.