Futebol Nacional

Anápolis faz história e lança Ricardo Drubscky como primeiro manager do país

Treinador comandou clubes como Atlético-MG, Fluminense, Atlético-PR, Vitória e Goiás etm acesso na divisão, em 2011, com o Tupi-MG

11/07/16 - 13h11
Reprodução Futebol Interior

Após o primeiro semestre da temporada, quando se destacou com um plantel sólido que fez por merecer o vice-campeonato goiano, o Anápolis segue em busca de se tornar um expoente de clube do interior do país. De volta à disputa da Série D do Campeonato Brasileiro depois de oito anos, o Galo da Comarca não pensou pequeno e contratou o experiente treinador Ricardo Drubscky, de 56 anos, que comandou clubes como Atlético-MG, Fluminense, Atlético-PR, Vitória e Goiás. Todavia, a diretoria do Galo saiu na frente e trouxe Drubscky para ser oficialmente o primeiro manager da história futebol brasileiro.

Inspirado nos triunfantes projetos de Arsenal e Manchester United, na Premiere League, com Arsène Wenger e Alex Ferguson, respectivamente, Anápolis e Ricardo Drubscky decidiram apostar na ideia e, assim, o profissional será mais do que um técnico no CT da Boa Vista. Animado com a perspectiva de trabalho no atual vice-campeão goiano, Drubscky elogia o projeto apresentado pelo Galo da Comarca e mostra-se esperançoso em colocar em prática os conceitos modernos vistos dentro do clube: 

"É com muita esperança e expectativa que eu abraço esse projeto. Acho que pode dar certo, pois tenho conhecido dentro do Anápolis vários profissionais na acepção da palavra. Uma comissão técnica muito boa, um diretor executivo bastante arrojado, competente e conhecedor do mercado. A diretoria política também representada por membros que mostram lucidez para lidar com esse esporte, além de trabalharem há muitos anos nisso. Espero que todos esses atributos, em conjunto, venham também ao encontro do meu pensar, que é fazer um trabalho competente dentro de campo e na captação de jogadores, tudo isso dentro de um orçamento e condições que o clube consiga atender. Chego bastante empolgado e entusiasmado com o projeto que me foi apresentado e espero que dê tudo certo para a gente nesse promissor desafio".

Apresentado na última quarta-feira, Ricardo Drubscky terá autonomia para reforçar o plantel do Anápolis e utilizar os recursos disponíveis para as contratações, além de também gerir o trabalho das categorias de base do Tricolor da Boa Vista. Em campo, o treinador usará sua experiência de quase três décadas no futebol para levar o clube a alçar grandes voos em nível nacional.

Formado em Educação Física, Drubscky já foi preparador físico, auxiliar técnico, gerente de futebol e também é escritor - autor do livro O Universo Tático do Futebol - Escola Brasileira, referência nos cursos de Educação Física por todo o país. Como treinador, buscará repetir, já neste ano, a façanha alcançada em 2011, quando conquistou a Série D no comando do Tupi-MG. O currículo respeitoso do profissional aumentam as expectativas de que a iniciativa revolucionária do projeto de manager brasileiro gere frutos ao Galo da Comarca.

Profundo conhecedor da realidade do futebol nacional, o técnico enfatiza a importância do trabalho síncrono entre todas as esferas do clube para que o cargo de manager possa se tornar uma prática mais comum no país: 

"Esse perfil de treinador mesclado com manager é um processo que pode dar certo no Brasil desde que haja algumas transformações na maneira de se gerir o futebol nacional. Para que esse projeto se concretize, é preciso haver muita confiança entre o profissional contratado e a direção de um clube. Além disso, respeito às etapas que a construção de um trabalho requer. Por exemplo, vejo a regulamentação da carreira de treinador como um passo importante para que esse quadro vingue no Brasil em longo prazo, dentre outras medidas. Com leis a serem cumpridas, sem dúvida, haverá profissionais mais respeitados e resguardados. Contudo, acredito que no Anápolis a gente tem a chance de criar uma expectativa para que esse perfil de trabalho vingue no país e, quem sabe, futuramente chegue perto dos moldes da ou da Holanda, por exemplo. Modelos de trabalho como o Alex Ferguson e o Arsène Wenger ainda são difíceis de serem aceitos no Brasil de imediato. O poder de decisão ainda está muito dividido entre as várias esferas e membros ligados a uma agremiação. Porém, sinto que no Anápolis há essa mente evoluída por parte dos dirigentes, além da boa estrutura física que o clube apresenta neste momento. É importante ressaltar que eu, sozinho, não serei o responsável por tudo no Anápolis. Porém, no que diz respeito a treinamento, construção do jogo e tudo que a gente faz dentro de campo, eu assumo a responsabilidade. Agora, os aspectos da confecção de elenco, contratações e dispensas, eu procurarei aplicar todo o meu conhecimento e experiências, mas sempre, claro, obedecendo a um foro de discussões e buscando estar de acordo com o grupo de pessoas capacitadas que também trabalharão conosco".

Em solo goiano, Drubscky teve boa passagem pelo Goiás, guiando o Esmeraldino durante toda a disputa da Série A do Campeonato Brasileiro de 2014.