Justiça

"Assassinos tomaram café comigo 15 dias antes de matar meu marido", diz viúva de Luiz Ferreira

16/02/17 - 10h41
Cortesia / MPE

A viúva do vereador, médico e professor Luiz Ferreira, morto em setembro de 2011, na cidade de Anadia, Rita Luiza Pércia Namé emocionou os presentes no julgamento dos três réus acusados de envolvimento no crime, no Fórum do Barro Duro, em Maceió, nesta quinta-feira (16).

Em seu relato, feito ao juiz Geraldo Amorim e ao júri, a professora  afirmou não ter dúvidas de que Luiz Ferreira tenha sido assassinado por motivação política. “A ex-prefeita Sânia Tereza e seu companheiro, Alessander Leal estavam tomando café comigo 15 dias antes de matarem meu marido”, disse durante depoimento.

Ainda segundo a viúva, a vítima vinha recebendo ligações da ex-prefeita e, devido à insistência, passou a não atendê-la. “Não quis nenhum político de Anadia no sepultamento de meu esposo”, acrescentou.

Após comentar sobre o bom pai e marido que Luiz Ferreira foi, Rita Namé agradeceu o apoio recebido. “O Luiz não pôde conhecer o neto dele. Não é fácil viver. Estamos vivos porque somos pessoas fortes, de bem e temos amor à memória dele", disse chorando.

ENTENDA

O vereador foi executado a tiros na rodovia AL-450, nas imediações do Povoado Tapera, em Anadia. De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP/AL), Luiz Ferreira retornava da cidade de Maribondo, após conceder entrevista a uma rádio local, quando o carro em que estava foi interceptado por outro veículo.

Pelo menos duas pessoas teriam saído do automóvel e efetuado disparos na direção do vereador, que não resistiu aos ferimentos. De acordo com o MP/AL, o crime teria sido planejado pela então prefeita de Anadia, Sânia Tereza Palmeira Barros, e pelo companheiro dela, Alessander Leal. Os outros participantes seriam Tiago Campos, Everton de Almeida, Adailton Ferreira e Wallemberg Torres da Silva.

O motivo seria a oposição feita por Luiz Ferreira à gestão da prefeita. O vereador, que na entrevista à rádio havia anunciado sua candidatura à Prefeitura de Anadia, acusou Sânia Barros de cometer diversas irregularidades à frente do executivo municipal. Para o Ministério Público, o assassinato de Luiz Ferreira foi queima de arquivo e um “recado” para os demais vereadores da oposição.