Brasil

Cão morre envenenado em SP dias após vizinho reclamar de latidos

UOL | 04/04/21 - 16h55
Arquivo Pessoal

A polícia do Guarujá (SP) investiga a morte por envenenamento de um cachorro da raça rottweiler chamado Bentley. O principal suspeito é um professor de 55 anos, vizinho da dona do animal. Ele reclamou dos latidos do cão.

Além de registrar um boletim de ocorrência, a dona do animal, Luiza Abduch, criou um perfil nas redes sociais em memória dele.

"Me ajudem a fazer justiça por ele", diz a descrição da conta no Instagram.

De acordo com ela, Bentley vivia em um terreno próximo ao prédio onde ela mora junto com outro cachorro, também da raça rottweiler.

"Um amigo ofereceu um rotweiller já adulto ao meu namorado e o meu cachorro era filhote, por isso fiquei com medo dos dois ficarem juntos. Mas com o tempo, eu fui levando o mais novo para conhecer e eles ficaram juntos", explica ela ao UOL.

Conforme a denúncia da jovem, no começo do mês passado, um vizinho foi até o local de trabalho do namorado dela e afirmou que os latidos do cão não deixavam a mãe dele dormir.

O companheiro de Luiza teria explicado ao homem que eram outros cachorros que latiam. A informação do casal, no entanto, é que o vizinho teria ficado muito irritado e teria dito que, se preciso fosse, ele resolveria. A bacharel se preocupou e pensou em procurar a polícia, mas familiares a tranquilizaram e acreditaram que o rapaz não faria nada.

Porém, no dia 23 de março, Abduch foi até o terreno e encontrou Bentley morto. Desolada com a morte do cão, ela fez um exame para descobrir o motivo da morte. No veterinário, foi comprovado que o óbito aconteceu por envenenamento por chumbinho.

A dona do Bentley começou a procurar câmeras de segurança próximas ao local e, segundo imagens obtidas por ela, foi possível identificar o vizinho, que seria o principal suspeito, com uma sacola na mão indo em direção ao imóvel com uma sacola e retornando para o prédio em seguida - ele mora no mesmo condomínio que Luiza. Todo o movimento teria durado cerca de 10 minutos.

A bacharel em direito também conseguiu reunir 12 testemunhas, descobrindo que o acusado morava no mesmo prédio que ela.

"Abrimos um boletim de ocorrência com todas as provas. Entregamos um relatório com todas as imagens do quarteirão, que mostram o movimento do vizinho no elevador, com uma sacola, indo até o local e voltando depois. A Polícia [Civil] abriu o inquérito", afirmou.

Para aumentar o engajamento na sua luta por Justiça, Luiza criou o perfil @ justicaporbentley nas redes sociais com fotos e vídeos do pet para homenageá-lo.