Polícia

Cauã teve morte por fratura no crânio; lesões antigas apontam maus-tratos

TNH1 com Perícia Oficial | 29/04/22 - 14h31
Perícia Oficial

A Polícia Cientifica de Alagoas confirmou na manhã de hoje (29), que irá realizar exame de DNA para identificar oficialmente a ossada encontrada e que pode ser da criança Márcio Cauã Ferreira Acioli de 2 anos e 10 meses que estava desaparecida. O exame será obrigatório tendo-se em vista questões técnico-científicas e legais em relação a liberação de cadáveres vítimas de violência. A causa da morte já foi identificada pela perícia. 

Os restos mortais da criança foram levados para o Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima (IML de Maceió) para realização do exame de necropsia. O laudo do exame cadavérico realizado pelo perito médico legista Kleber Santana, apontou morte por traumatismo crânio encefálico.

“Durante o exame encontrei uma fratura no osso occipital do crânio causada por um instrumento contundente, cuja investigações deverão apurar que tipo de instrumento é esse. Outro fato que constatamos no exame cadavérico, foi a localização de fraturas antigas consolidadas em três costelas, o que confirma que a criança vinha sofrendo maus-tratos”, afirmou Kleber Santana.

A ossada humana de uma criança foi localizada na tarde de ontem (28), em uma região de mato, as margens da avenida Rota do Mar, entre os conjuntos residenciais Aprígio Vilela e Caetés, no bairro do Benedito Bentes em Maceió. O responsável pela morte e ocultação do cadáver foi quem levou os policiais civis até ao local onde ele desovou o corpo do menino.

Segundo informações do Instituto de Criminalística, os ossos estavam concentrados em uma área e cobertos por uma vegetação. A perita criminal Larissa Rachel Martins também encontrou as roupinhas que o menino usava na data que supostamente havia sido sequestrado e que estava desaparecido, dia 18 de abril.

Sobre a esqueletização total do corpo, o perito médico legista explicou que não há como definir uma data exata da morte. Mas, que dentro das condições em que ele foi desovado, coberto por vegetação, ao relento, sobre condições temporais adversas como sol e chuva, pode haver uma aceleração da decomposição, mas que 10 dias seriam pouco tempo para esse resultado.

Já em relação a liberação da ossada para sepultamento, a perita odontolegista Dra. Ana Paula Cavalcante Carneiro Nemésio, responsável pelo Departamento de Identificação Humana do IML, explicou que a liberação só será possível após o exame de DNA.

“Isso ocorre, tanto pelo estado em que o corpo foi encontrado, bem como pelo fato de que crianças nesta faixa etária geralmente não apresentam registros dentários ou de impressões digitais para que a equipe possa realizar outros exames de identificação, como o odontolegal e a necropapiloscopia. Os exames antropológicos também ficam limitados uma vez que, em crianças, ainda não há diferenciação sexual perceptível ao exame dos ossos,” afirmou a odontolegista.