Alagoas

Fake news: vídeo estrangeiro propaga informações falsas sobre as vacinas

Agência Alagoas | 14/07/21 - 17h40
Agência Alagoas

Circula no WhatsApp um vídeo produzido no exterior, mas com legenda em português, que  coloca em dúvida a segurança e eficiência das vacinas. O conteúdo apresenta ideias falsas, distorções e alegações sem comprovações científicas. As vacinas contra a covid-19 têm eficácia comprovada e não são mais experimentais, diferentemente do que é informado no vídeo.  

Publicado, originalmente, em um site que divulga ideias conspiratórias, a animação foi produzida em inglês, e no Brasil circula com legenda em português. Vários questionamentos são feitos nos mais de 12 minutos de narração, e as respostas apresentadas trazem um conteúdo conspiratório, sem base científica ou com a utilização de dados fora de contexto.

Um dos principais objetivos da animação é colocar em dúvida a eficácia dos imunizantes contra a Covid-19. O narrador chega a afirmar que a vacina não é segura. Para isso, tem como justificativa supostas complicações de saúde que surgiram após a vacinação relatadas ao site VAERS (Sistema de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas).

O vídeo não informa, no entanto, que o sistema pode receber os relatos de qualquer pessoa, sem qualquer filtro. A plataforma recebe as informações que são acompanhadas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e pela Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos. O próprio VAERS deixa claro que os eventos adversos relatados não são necessariamente causados por vacinas. “Só porque um evento adverso aconteceu depois que uma pessoa recebeu a vacina, não significa que a vacina causou o evento adverso. O relato de um evento adverso ao VAERS não é documentação de que uma vacina causou o evento”, explica o sistema.

Ou seja, não é verdade que todas as doenças e complicações de saúde apresentadas no vídeo sejam causadas pela vacina contra a Covid-19. Todas as vacinas utilizadas, no Brasil ou no exterior, só passaram a ser utilizadas após criterioso processo de aprovação pelas agências de saúde que atestaram sua segurança e eficiência. A Organização Mundial da Saúde (OMS) disponibiliza em seu site todas as informações sobre os diversos tipos de imunizantes, incluindo a segurança e a eficácia de cada um deles.

Em um trecho, o vídeo alega que as vacinas seriam experimentais, em outro momento diz que não se tratariam de vacinas. Isso também não procede. No Brasil, por exemplo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é a responsável por autorizar o uso das vacinas, inclusive em situação emergencial, seguindo os requisitos para a aprovação após comprovação de eficácia. Nos EUA, a autorização é feita pela FDA . Isso mostra que a vacina só é usada quando fica comprovada a eficácia do imunizante.

Para tratar Covid-19, o narrador sugere medicamentos sem eficácia comprovada, como ivermectina e hidroxicloroquina. A Organização Mundial de Saúde (OMS), já confirmou que a hidroxicloroquina não serve para evitar Covid-19, além do medicamento aumentar o risco de efeitos adversos. Sobre a ivermectina, a própria farmacêutica MSD esclareceu que não há evidências sobre os benefícios do medicamento no tratamento da Covid-19.

Outras afirmações apresentadas durante o vídeo também foram desmentidas pelo site norte-americano Lead Stories, especializado em checagens de informações.

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