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Em 1984, a mineira Adélia Sampaio lançou o filme Amor Maldito e se tornou a primeira brasileira negra a dirigir sozinha um longa-metragem de ficção. Passaram-se mais de três décadas para que o cinema nacional visse a cena se repetir. O drama Um dia de Jerusa, da baiana Viviane Ferreira, foi apresentado ao público da 23ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, evento que começou no dia 24 de janeiro e se encerra hoje (1º).
Ao longo de nove dias, a Mostra de Cinema de Tiradentes foi composta por uma programação de 113 filmes e 39 mesas de debates, além de diversas apresentações musicais e artísticas, oficinas e lançamentos de livros. Todas as atrações são gratuitas. A organização estima um público total de 37 mil pessoas. No encerramento, na noite de hoje, serão anunciados os melhores filmes na visão do público e dos jurados em seis categorias.
A presença negra no cinema brasileiro foi destaque nesta edição do festival não apenas na seleção de filmes. Os homenageados da vez foram a atriz Camila Pitanga e seu pai e também ator, Antônio Pitanga, agraciados com o Troféu Barroco na cerimônia de abertura. "Gente do Brasil inteiro está aqui discutindo cinema, debatendo a sociedade e debatendo a vida. Eu saio daqui vestido de emoção", disse Antônio Pitanga, após receber a honraria.
Pai e filha também participaram juntos de uma mesa de debate e ainda dividiram as telas na exibição de Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, filme de Beto Brant e Renato Ciasca, baseado em livro homônimo do escritor Marçal Aquino, exibido no segundo dia do evento. Antônio Pitanga já havia aparecido antes no filme que abriu o festival: Os Escravos de Jó, de Rosemberg Cariry.
Além de atuarem, Camila e Antônio trazem no currículo trabalhos como diretores. A Mostra de Tiradentes abriu espaço para esses projetos. No último domingo (26), foi exibido o longa Pitanga, em que Camila, juntamente com o cineasta Beto Brant, destaca a carreira de seu pai. Por sua vez, Antônio Pitanga apresentou no mesmo dia Na Boca do Mundo, um drama dirigido e lançado por ele em 1979.
Seleção de curtas
Nos 81 curtas-metragens selecionados, vindos de 14 estados, há 29 produções de artistas negros, 11 a mais que na edição de 2019. Mulheres negras são oito enquanto no ano passado eram cinco.
Segundo Tatiana Carvalho, uma das curadoras de curtas-metragens, é um recorde. Ela avalia que esses filmes trazem um olhar que fazia falta à cinematografia brasileira. "Na narrativa de alguns desses filmes, a gente vê indícios de uma cinematografia que não são os tradicionalmente acionados. Há uma referência forte ao cinema africano", diz Tatiana Carvalho.
Um dia com Jerusa foi concluído no ano passado. Com 80 minutos, ele é um desdobramento do curta O Dia de Jerusa, que possui 20 minutos e foi lançado em 2014. No elenco, quase todo negro, está a reconhecida atriz Léa Garcia, protagonista do drama. "Foi um trabalho que só foi possível graças ao único edital de ações afirmativas para longas-metragens lançado até hoje com recursos federais", acrescenta a diretora baiana. Ela se refere ao Edital Longa BO Afirmativo, que selecionou três projetos de produção independente de obras cinematográficas dirigidas por cineastas negros.
A carreira de Glenda Nicácio, uma das mulheres citadas por Viviane Ferreira, também passa pela Mostra de Cinema de Tiradentes. Na edição de 2018, ela lançou seu primeiro longa-metragem, o drama Café com Canela, em co-direção com Ary Rosa. Neste ano, a dupla voltou à programação com Até o Fim.
Novos talentos
A Mostra de Cinema de Tiradentes é organizada pela Universo Produções e conta com recursos das leis de incentivo à cultura do governo mineiro e do governo federal. É tradicionalmente o evento responsável pela abertura do calendário audiovisual brasileiro.
"A Mostra está consolidada como uma plataforma de lançamento do cinema brasileiro. O que será o cinema de 2020? A gente já teve aqui esse gostinho de entender quem está na cena do audiovisual, como a produção está ocorrendo nos estados. Esse ano chamou atenção uma produção interessante do cinema alagoano. Nas edições passadas apresentamos o cinema de Pernambuco, de Fortaleza, da Paraíba e de Goiânia. E agora vemos um trabalho bacana de Alagoas", diz Raquel Hallak, diretora da Universo Produções e coordenadora do festival.
Ela também destaca a vocação do evento para encontrar novos talentos por meio da Mostra Aurora, que foi criada em 2008 para a exibição de filmes inéditos de novos realizadores que estão em seu primeiro ou segundo longa-metragem. Para Raquel, a democratização se consolidou como "palavra de ordem" da Mostra de Cinema de Tiradentes.
Em 2017, por exemplo, foi dado destaque à produção feminina e criado o Troféu Helena Ignez. A honraria passou a ser entregue na cerimônia de encerramento a uma mulher que tenha de destacado na produção de uma das obras exibidas.
Outra marca do festival é sua relação com a cidade em que está inserida: em 2018 a celebração dos 300 anos de Tiradentes se deu durante a programação da mostra. Nesta edição, foi planejada a exibição do documentário Tiradentes - História Mineira, de Márcio Cotta. A obra, pensada em sintonia com o evento, é uma das atrações da programação deste último dia.