Invertebrado mais pesado do mundo, lula-colossal é filmada pela primeira vez em águas profundas

Publicado em 16/04/2025, às 15h36
Foto: Reprodução/Schmidt Ocean Institute
Foto: Reprodução/Schmidt Ocean Institute

Por Extra Online

Uma lula-colossal (Mesonychoteuthis hamiltoni) — o invertebrado mais pesado conhecido do mundo — foi filmada por cientistas pela primeira vez em águas profundas, o seu habitat natural, informou o Instituto Oceânico Schmidt na terça-feira (15/4).

A estranha criatura, quase translúcida, com quase 30 centímetros de comprimento, oito braços alaranjados e dois tentáculos longos, flutuou pelas águas escuras, emanando luz artificial.

Tratava-se de uma lula-colossal juvenil, um misterioso animal de águas profundas que pode chegar a medir 7 metros e pesar cerca de 500 quilos.

A rara visão foi filmada em março perto das Ilhas Sandwich do Sul, no Oceano Atlântico Sul, ao norte da Antártica e a leste da extremidade meridional da América do Sul. Ao contrário da lula-gigante — que é mais leve, mas acredita-se que seja mais longa e seja encontrada na maior parte das profundezas do oceano, as lulas-colossais habitam apenas as águas antárticas.

"As imagens mostram o quão pouco vimos dos magníficos habitantes do Oceano Antártico", declarou Jyotika Virmani, diretora executiva do Instituto Oceânico Schmidt, que forneceu a embarcação para a expedição, que fez parte do Censo Oceânico, um projeto que envolve centenas de cientistas e visa documentar novas espécies, contou reportagem do "Washington Post".

Kathrin Bolstad, especialista em cefalópodes e professora associada da Universidade de Tecnologia de Auckland, na Nova Zelândia, ajudou a identificar o animal nas imagens. Ela disse que, anteriormente, lulas colossais já haviam sido filmadas mais perto da superfície do oceano, para onde viajavam para capturar presas ou eram capturadas por barcos de pesca, mas não em seu habitat habitual, nas profundezas mais escuras.

A espécie Mesonychoteuthis hamiltoni foi formalmente descrita e nomeada há 100 anos, em 1925, com base em dois espécimes parciais encontrados no estômago de um cachalote perto das Ilhas Shetland do Sul. No entanto, ninguém jamais havia registrado imagens de uma lula-colossal viva — até agora.

Cientistas revelaram que, em janeiro, também conseguiram filmar imagens de uma lula-de-vidro-glacial pela primeira vez.

"O primeiro avistamento de duas lulas diferentes em expedições consecutivas é notável e mostra o quão pouco vimos dos magníficos habitantes do Oceano Antártico", vibrou Jyotika. "Esses momentos inesquecíveis continuam a nos lembrar de que o oceano está repleto de mistérios ainda a serem resolvidos", acrescentou ela.

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