Acusados de matar Kleber Malaquias vão a júri nesta segunda-feira (17), em Maceió

Publicado em 17/02/2025, às 09h14
Kleber Malaquias foi assassinado com dois tiros no dia do aniversário, dentro de um bar, na Mata do Rolo, em Rio Largo - Arquivo
Kleber Malaquias foi assassinado com dois tiros no dia do aniversário, dentro de um bar, na Mata do Rolo, em Rio Largo - Arquivo

Por Redação

Nesta segunda-feira (17), quatro dos réus denunciados pela morte do ativista político Kléber Malaquias sentam no banco dos réus no Fórum Desembargador Maia Fernandes, no Barro Duro. Desta vez, o julgamento acontece em Maceió, uma vez que o júri foi desaforado (mudado de local) devido à complexidade do caso.

No papel da acusação estão os promotores de Justiça Lídia Malta e Thiago Riff. Ao todo, sete pessoas são acusadas pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) pelo assassinato da vítima, entre elas, agentes e ex-agentes da segurança pública de Alagoas.

A 3ª Promotoria de Justiça de Rio Largo denunciou o crime como homicídio duplamente qualificado, por impossibilidade de defesa da vítima e por ter sido o assassinato cometido mediante promessa de recompensa. Kleber Malaquias foi assassinado com dois tiros no dia de seu aniversário, em 15 de julho de 2020, dentro de um bar, na Mata do Rolo, em Rio Largo. A vítima era conhecida por fazer diversas denúncias contra políticos e por fornecer informações ligadas a essas mesmas denúncias à polícia e ao MPAL.

Segundo a promotora de Justiça Lídia Malta, o contexto político do homicídio exigiu a transferência do local do julgamento. “Estamos falando sobre um crime de mando, praticado com auxílio, inclusive, de policiais. Então, por questões de segurança, o júri foi desaforado e transferido para uma comarca distinta do local do crime, ocorrido em Rio Largo", disse a promotora no último dia 03, quando o MPAL comunicou o desaforamento.

O júri deveria ter ocorrido em 17 de julho do ano passado. Porém, em decorrência de uma denúncia de fraude processual, pela qual foi preso, posteriormente, um delegado da Polícia Civil (PCAL) da cúpula da instituição, houve redesignação da data.

"Na fraude descoberta pelo Ministério Público em cooperação com a Polícia Federal, foi constatado que a autoridade policial e um agente da PCAL, juntamente com os denunciados pelo homicídio, além de uma testemunha, fizeram inserir no processo provas falsas, atribuindo a execução do crime a um policial já falecido. Vale lembrar que o agente de polícia civil desde o início das investigações figurava como suspeito e foi também foi denunciado pelo homicídio. Após atuação do MPAL, em cooperação com a Polícia Federal, foi possível identificar as conversas que evidenciaram a trama criminosa dos envolvidos, que queriam atribuir o assassinato a uma pessoa que estava morta", detalha o MP.

O Ministério Público disse que ainda trabalha para identificar o autor intelectual do assassinato.

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