Brasil

Justiça decreta prisão do ex-governador do Mato Grosso Silval Barbosa

14/02/17 - 10h45

A Justiça do Mato Grosso decretou a prisão do ex-governador, Silval Barbosa (PMDB), pela quinta vez na manhã desta terça-feira (14). A ordem é parte da quinta fase da Operação Sodoma, que investiga desvios de verbas públicas em sua gestão no Estado, de 2011 a 2015. Foram cumpridos outros quatro mandados de prisão, nove pedidos de condução coercitiva e nove de busca e apreensão em três Estados: Mato Grosso, Santa Catarina e Distrito Federal.

Barbosa está preso preventivamente desde setembro de 2015. Coincidentemente, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) retoma nesta tarde o julgamento do pedido de habeas corpus do ex-governador.

Seus advogados pedem, também, a suspeição da juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e a anulação de todas as decisões tomadas na operação. Eles consideram que a magistrada violou o princípio acusatório ao interrogar os delatores antes de receber a denúncia contra o ex-governador.

O julgamento foi suspendido em dezembro, em razão de um pedido de vista (mais prazo) do ministro Sebastião Reis Júnior. O relator, ministro Antonio Saldanha Palheiro, votou contra a demanda dos advogados de Barbosa.

Nova Fase

Segundo a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, a quinta fase da Sodoma investiga fraudes em licitações, desvio de dinheiro público e pagamento de propinas pelas empresas Marmeleiro Auto Posto e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática.

A investigação suspeita que houve fraudes em licitações da ordem de R$ 300 milhões, em contratos firmados entre essas duas empresas com a Secretaria de Administração e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana de 2011 a 2014.

Segundo a Polícia Judiciária Civil, a força tarefa estima o pagamento de R$ 7 milhões em propinas. Além do ex-governador, foram expedidos mandados de prisão contra Valdisio Juliano Viriato, Francisco Anis Faiad, Sílvio Cesar Corrêa Araújo e José Jesus Nunes Cordeiro.

Wilson Luiz Soares, Mario Balbino Lemes Junior, Rafael Yamada Torres, Marcel Souza de Cursi e Valdecir Cardoso de Almeida foram convocados para prestar depoimento em condução coercitiva.

Um dos advogados de Barbosa, Valber Silva Melo estava a caminho da delegacia quando falou à Folha. Disse ainda não ter detalhes sobre a nova fase da operação.

Em outubro, o ex-governador foi citado em um novo depoimento de Nestor Cerveró à Operação Lava Jato. O ex-diretor da Petrobras afirmou que houve corrupção no fornecimento de asfalto em Mato Grosso, envolvendo a gestão de Barbosa.