Política

Líder de Bolsonaro recebeu relato de deputada sobre esquema de laranjas do PSL

Folhapress | 17/04/19 - 21h14
Reprodução/Agência Brasil

O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), confirmou ter recebido o relato da deputada Alê Silva (PSL-MG) sobre os esquemas das candidaturas laranjas em Minas Gerais e afirma que mencionou a possibilidade de ela obter proteção da Polícia Legislativa.

Segundo a deputada, ela se encontrou com o líder da gestão de Jair Bolsonaro no dia 21 de março, na Câmara. Na ocasião, afirma Alê Silva, Major Vitor Hugo disse que não tinha o que fazer sobre o caso e que teria recomendado a ela que procurasse as autoridades e solicitasse proteção à Câmara.

"Esclareço que a deputada Alê Silva, há algumas semanas, me relatou fatos ligados à eleição no seu Estado, indo ao encontro do que já estava na imprensa. Perguntei se ela havia informado sobre o assunto às autoridades policiais e ela me disse que estava já em contato com a Polícia Federal. Disse-lhe, então, que ela teria direito à proteção pela Polícia Legislativa, se julgasse que seria o caso", afirmou Vitor Hugo, por meio de mensagem enviada à Folha de S.Paulo.

Ele não respondeu ao questionamento sobre se levou o assunto ao presidente Jair Bolsonaro ou a correligionários.

Alê Silva afirma ter recebido no final daquele mês relato de ameaça de morte por parte do ministro do Turismo de Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio, presidente do PSL de Minas durante as eleições.

Segundo disse ter ouvido, o ministro estaria com "ódio mortal" contra ele por ter recebido informações de que a parlamentar estaria por trás do repasse de informações sobre o esquema das laranjas.

O ministro nega que tenha patrocinado o esquema ou feito ameaças à deputada.

Em audiência nesta terça-feira (16) na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara, a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) foi questionada sobre a suposta ameaça recebida pela deputada, mas apesar de falar que a parlamentar precisa ser acolhida e protegida, se negou a comentar a acusação.

O questionamento foi feito pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

"Sobre esse caso que está na mídia, de uma deputada que eu amo, uma deputada querida, de uma deputada de sabe o quanto quero ela bem, e a gente já está se falando, ela precisa sim ser cuidada por nós, protegida por nós", disse Damares, acrescentando: "Mas eu gostaria também de não falar sobre esse assunto porque vamos precisar entender o que está acontecendo até o final dessas investigações, mas nesse momento o que a deputada precisa de todas, de todas nós, é ser protegida e ser acolhida."