A angústia de não saber se conseguiria reencontrar a família, enfim, acabou. O jogador alagoano Joanderson, que havia chegado ao Brasil na manhã desta sexta-feira, 04, ao pousar com o avião que veio de Budapeste, na Hungria, para São Paulo, pôde finalmente abraçar familiares e amigos no final desta tarde, ao desembarcar no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, em Alagoas. O atleta passou por dias de sofrimento para escapar da guerra na Ucrânia.
"Estou muito emocionado porque em todo momento lá eu pensei que ia morrer. Só tenho que agradecer a Deus, primeiramente", disse Joanderson em entrevista ao repórter Netto Motta, da TV Pajuçara/Record TV.
Ainda abalado e emocionado Joanderson disse que, neste momento, só deseja abraçar familiares e matar a saudade, mas já pensa em um possível novo clube. "Entrei em contato com meus empresários, eles pediram para ter calma, chegar no Brasil, que eles iriam resolver tudo. Vou começar os treinos e aguardar para ver se tem algum time interessado para poder começar a trabalhar", disse o atleta.
Joanderson também não descarta uma possível volta à Ucrânia no futuro. "Não me arrependo de ter ido pra lá [Ucrânia], foi o lugar que me acolheu, que abriu as portas pra mim, e se um dia apaziguar a guerra e tiver a oportunidade de ir pra lá, eu vou", afirmou.
Em entrevista ao TNH1, na última quinta, Joanderson, que havia defendido o ASA antes de ser negociado com o FC Volchansk, equipe da região leste da Ucrânia, contou que precisou atravessar mais de 1.600 km entre Kharviv, onde estava morando, até aguardar o voo para o Brasil, já em solo húngaro. Ele estava há quase 15 dias na Ucrânia e relatou ter visto imagens aterrorizantes do ataque russo ao país.
Joanderson Normandes dos Santos tem 20 anos e atua como meio-campista. Antes de defender as cores do ASA, o atleta passou pelas categorias de base do CSA.
Retorno do jogador Pedrinho - Sob forte emoção, o jogador alagoano Pedrinho desembarcou em solo alagoano no dia 1º de março, junto com a esposa e a filha, após dias de tensão na Ucrânia. O meia do Shakhtar Donetsk integrava o grupo de brasileiros que estava confinado em um hotel com familiares na capital Kiev, cidade também alvo do bombardeio russo.
Acompanhado de parentes, de amigos e de admiradores, Pedrinho foi recebido com balões brancos e em formato de corações na saída do setor de desembarque. Algumas pessoas vestiram branco para simbolizar o pedido de paz para o mundo. O jogador e os familiares fizeram a oração do Pai Nosso para agradecer o reencontro em solo alagoano.
Aos prantos, Pedrinho disse que passou por um momento difícil, mas que nunca perdeu a esperança de retornar para o estado para ficar próximo das pessoas que mais ama.
