Política

Ministro do STJ decreta prisão preventiva de Pastor Everaldo

Folhapress | 05/09/20 - 16h54

O ministro Benedito Gonçalves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), decretou nesta sexta-feira (4) a prisão preventiva de Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC, suspeito de participar do suposto esquema de corrupção que ensejou o afastamento do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).

Everaldo foi detido no último dia 28, durante a Operação Tris in Idem. Inicialmente, o ministro havia determinado sua prisão temporária (de cinco dias). Agora, com a conversão em preventiva, não há prazo para que ele seja solto.

A medida foi tomada a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que indicou indícios de que os crimes praticados pelo pastor são graves e contemporâneos. A decisão do ministro está em sigilo, mas foi confirmada pelo STJ.

A reportagem não conseguiu neste sábado (5) contato com a defesa de Everaldo. Em nota divulgada no dia da operação, a assessoria do pastor disse que ele foi surpreendido com a ação e que "reitera sua confiança na Justiça".

Artífice da candidatura de Witzel, Everaldo é suspeito de integrar um dos núcleos criminosos investigados. Segundo a PGR, ele instituiu uma caixinha única no governo, com a cobrança de pedágio no pagamento a fornecedores do estado. Uma das suspeitas está em pagamentos em espécie, como o uso de dinheiro vivo, na compra de um imóvel avaliado em R$ 2 milhões.

Em sua delação, o ex-secretário de Saúde Edmar Santos conta que Witzel deu R$ 15 mil nas mãos de Everaldo, um dia antes da Operação Placebo, em uma suposta tentativa de impedir que investigadores encontrassem o dinheiro.

Santos também afirmou que Everaldo recebia 20% dos recursos desviados na área de saúde. Segundo investigadores, o pastor "age em sofisticada teia de relações que envolve muitas pessoas físicas e jurídicas".

Além de decretar a prisão preventiva do presidente do PSC, o ministro Benedito Gonçalves mandou soltar alvos da Operação Mercadores do Caos, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para apurar possíveis desvios na saúde. Entre os beneficiados, está o ex-secretário de Saúde do Rio Gabriell Neves.